Archive for 01/08/2017 - 01/09/2017
Yuricast 10: Shoujo Kakumei Utena - Parte 01
Olá a todos, após o maior desafio de edição da equipe até agora, estamos com o Yuricast 10 pronto!
Desta vez, as hosts @LKMazaki e @SechanKV falam sobre um dos maiores clássicos do gênero yuri: Shoujo Kakumei Utena (Garota Revolucionária Utena)
Segurem os cintos, pois encararemos uma série de tapas sem fim em uma personagem que não reage, veremos códigos visuais sem fim e tentaremos decifrar o que é piada e o que é uma mensagem subjetiva.
Como sempre, você pode fazer download ou visualizar no YouTube.
Download pelo MediaFire
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Desta vez, as hosts @LKMazaki e @SechanKV falam sobre um dos maiores clássicos do gênero yuri: Shoujo Kakumei Utena (Garota Revolucionária Utena)
Segurem os cintos, pois encararemos uma série de tapas sem fim em uma personagem que não reage, veremos códigos visuais sem fim e tentaremos decifrar o que é piada e o que é uma mensagem subjetiva.
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terça-feira, 29 de agosto de 2017
Posted by Se-chan
[Notícia] Nova Animação de Kase-san em 2018
Isto mesmo!
Depois de um maravilhoso vídeo de 5 minutos com uma música linda, foi anunciado que Asagao to Kase-san terá uma nova animação. E sim, esta é a única novidade.
Além disto, a animação será exibida no Yamagata International Documentary Film Festival 2017, dia 7 de outubro. Nele, haverá uma palestra com o diretor do vídeo. Quem sabe lá teremos novidades.
![]() |
Imagem de divulgação do novo projeto. |
Fiquem esperando por novidades!
Se tiver vontade, mostre sua opinião para a equipe do Kono-ai-Setsu nos comentários abaixo. Nos siga nas redes sociais para ver notícias ou imagens super legais que estamos sempre colocando no ar!
E não se esqueça de nos dar uma mãozinha na divulgação, se achar nossas postagens interessantes, ok? (^.~)
Fontes:
Manga Tokyo
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Manga Tokyo
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Posted by Se-chan
[PROMOÇÃO] Sunset Orange em Português
É isso mesmo!!
Com algum atraso, mas estamos realizando a primeira promoção decorrente aos 10 anos do Kono - ai - Setsu. E, como se já não fosse especial o bastante, a equipe está com um volume (comprado com recursos da própria equipe) do primeiro yuri (assumido) em português para sortear.
Para concorrer, basta entrar na página do KaS no Facebook e ir na aba de promoções. Lá estará a promoção que irá até o dia 09 de setembro. Não estamos pedindo compartilhamento obrigatório, mas quanto mais gente concorrer, melhor! (limite de 200 participantes por culpa do aplicativo de sorteio u.u)
Boa Sorte!!
segunda-feira, 28 de agosto de 2017
Posted by Se-chan
[Notícia] Revelado novo projeto do diretor de Utena/Penguindrum/Yurikuma pelo estúdio MAPPA
O Estúdio MAPPA (Yuri!!! on ice) acabou relevando através de uma lista de contratação que está recrutando staff para um projeto dirigido pelo aclamado diretor Kunihiko Ikuhara.
As informações sobre as vagas no staff estão bem detalhadas, mas não existem até o momento informações sobre o projeto em si. De qualquer modo essa é uma notícia que não deve passar em branco para o fandom yuri, que é, em sua maioria, um grande público-alvo de suas obras.
Conhecido por três grandes produções próprias - Shoujo Kakumei Utena, Mawaru Penguindrum e Yurikuma Arashi - Ikuhara também foi o diretor da saga Sailor Moon S e é publicamente defensor das narrativas yuris por considerar que o yuri lhe dá ferramentas para retratar o amor da maneira mais pura e profunda.
***
Teremos um novo Ikuhara! Não sabemos quando, mas é um fato praticamente certo (a não ser que algo dê muito errado nas fases iniciais do projeto, mas é algo difícil de ocorrer).
Aliás, em um momento especulativo aqui, será só coincidência que Utena esteja tendo especiais em mangá por Chiho Saito e agora Ikuhara esteja produzindo com o MAPPA? Bom, só o tempo nos trará as respostas!
Fontes:
quarta-feira, 16 de agosto de 2017
Posted by LKMazaki
[KaS Debate] Netsuzou Trap #02 e #03
Pois é isso mesmo!
Depois de um certo atraso, Mazaki e Se-chan trazem mais uma série de debates no maior estilo Kono - ai - Setsu. Na última vez foi a introdução de Netsuzou Trap, e como não poderíamos parar por aí, trazemos direto os episódios 2 e 3 da série.
Além de falar da trama, discutimos um pouco se Hotaru é uma boa personagem ou só uma mina insuportável, qual é o problema do Fujiwara que não consegue ser gente boa e se um dia a Yuma pode se ligar que é uma caminhoneira de primeira viagem.
Não se esqueçam de continuar seguindo o canal do KaS para ter sempre as atualizações em primeira mão.
Se tiver vontade, mostre sua opinião para a equipe do Kono-ai-Setsu nos comentários abaixo. Nos siga nas redes sociais para ver notícias ou imagens super legais que estamos sempre colocando no ar!
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quarta-feira, 9 de agosto de 2017
Posted by Se-chan
[Debate] Mangá Yuri não é o mesmo que Mangá Lésbico
Antes
que vocês pensem que enlouqueci e que estou tentando destruir a
auto-estima de nossa preciosa comunidade, gostaria de fazer o convite
para que pensássemos um pouco sobre esse tema em conjunto para que
assim possamos chegar ao ponto em que o título deste texto fará
todo o sentido.
Certo?
Todo mundo respirando e com o pensamento afiado? Vamos começar
Mangá
Yuri não é o mesmo que Mangá Lésbico
Yuri
é um gênero de história japonesa com origens no começo do século
XX. Esse tipo de obra não surgiu deliberadamente para fazer uma
representação da realidade lésbica japonesa, mas sim como uma
fusão entre elementos de homossocialidade feminina juvenil,
influenciada por diversos fatores que vamos falar a respeito, com a
necessidade de escapar de uma censura social imposta às obras de
consumo juvenil da época.
Homossocial,
eu disse, não homossexual. E este é o primeiro ponto para
entendermos a diferença que existe entre o yuri e a ficção
lésbica. Homossocialidade tem haver com o comportamento social de
uma pessoal. Na prática uma mulher homossocial é aquela que só se
relaciona socialmente com pessoas do seu sexo, o mesmo para homens.
(E daí vocês podem imaginar que tem muitos homens heterossexuais
que tem atitude homossocial, pois só se relacionam socialmente com
homens)
Vamos
elaborar um pouco isto. No começo do século XX ocorreu uma explosão
na quantidade de escolas femininas no Japão. Instituições
refinadas cujo objetivo era a formação de jovem mulheres educadas,
de comportamento recatado e preparadas para assumir suas funções na
sociedade como. . . esposas perfeitas. Sim, no começo do século
passado era essa a única perspectiva de uma adolescente japonesa:
terminar a escola e se casar com o homem escolhido por sua família.
Pode parecer algo absurdo para os tempos de hoje, mas é preciso
entender que era algo mais do que padrão naquela época e que foi se
quebrando graças à luta pessoal e social de muitas mulheres, não
só no Japão como em várias partes do mundo em que a mulher era
limitada à vida em casa.
Um
ambiente cheio de adolescentes que não podia se relacionar com
homens até chegar o casamento já seria um terreno fértil para que
alguns grupos desenvolvessem um comportamento não só homossocial
como de fato homossexual, mas à essa equação também se soma um
fator determinante para nossa historinha do gênero yuri: a cultura.
O
grupo teatral Takarazuka foi fundado em 1913 e tinha como preceito a
participação exclusiva de mulheres atuando em todos os papéis.
Algumas atrizes se especializaram em atuar nos otokoyaku (papéis de
homem, literalmente) criando imagens andróginas para papéis
masculinos de destaque. Acontece que as apresentações do Takarazuka
caiu no gosto das jovens estudantes que paravam para assistir as
apresentações no caminho para casa (isso ainda nos primórdio do
grupo). Apesar da representação teatral, o fato era de que se criou
uma admiração muito grande, no sentido romântico, por personagens
homens sendo representado por mulheres, em uma androginia que (e aqui
é um palpite pessoal) em muito influenciou a cultura nipônica como
um todo no decorrer do século XX.
Em
paralelo tivemos a crescente de obras shôjo, seja em contos ou
quadrinhos, que exploravam relações de extrema proximidade afetiva
entre garotas em colégios femininos. Um paralelo com o que ocorria
na realidade, onde a necessidade de um conforto afetivo gerava esse
tipo de comportamento entre grupos dentro das escolas femininas.
Nobuko Yoshiya foi uma contista de grande influência nas publicações
shôjo. Ela era lésbica, de fato, e uma defensora dos direitos
femininos, mas sua obras tinham como maior característica a
capacidade de mostrar o amor entre mulheres que tinham como destino
separar-se para depois levar suas vidas adultas como esposas
“normais”.
Essas
narrativas faziam muito sucesso entre as leitoras, independente de
sua orientação, e as editoras exploraram esse elemento cada vez
mais. Porém chegou o ponto em que essas publicações foram
consideradas subversivas e proibidas (“Oh, estão ensinando nossas
filhas a se desviar do caminho puro e correto!”, algo desse naipe).
Esse
tipo de obra e de jovens que apresentam comportamento abertamente
homossexual foram taxados como Classe S, um tema que merece abordagem
própria em outro momento no blog, mas fica a aqui a citação. As
garotas Classe S sofriam certo preconceito mesmo dentro de suas
comunidades escolares por “passarem do limite” e casos de duplo
suicídio por duas garotas foram registrados em decorrência dessa
rotulação pesada.
Voltando
ao mercado a resposta de autores e editores à censura de obras com
lesbianismo explícito não foi menos do que muito inteligente:
tornaram os Classe S praticamente impossíveis de diferenciar dos
shôjo “normais”. Imagens românticas muito mais sutis, muito
mais homossociais do que realmente homossexuais. Finais de história
onde as personagens se formavam e se tornavam ainda assim esposas
perfeitas, deixando aquele companheirismo inacreditável com a
amiguinha como uma lembrança doce da juventude se tornaram muito
mais comuns.
Agora,
depois dessa passada pela história, será que não conseguimos fazer
relações muito diretas entre os mangás e animes yuris mais antigos
e “clássicos” com o cenário de formação do gênero?
Claro
que a palavra Yuri em si surgiu para referenciar-se à cultura
lésbica japonesa, porém, mercadologicamente as coisas não
funcionam no preto e branco. O termo yuri coube como uma luva para
diferenciar aqueles mangás que, já no terceiro quarto do século
XX, não tinham mais uma raiz clara e a necessidade de fusão ao
shôjo convencional diminuía com a mudança do pensamento e,
principalmente, da forma de consumir do japonês.
Yuri
atualmente é um termo guarda-chuva que abarca tanto histórias que
descendem dos antigos Classe S, como obras deliberadamente lésbicas.
Dentro desse guarda-chuva também existem as obras voltadas ao
público feminino e ao público masculino, que são distintas e tem
características distintas.
Ainda
que aos nossos olhos de estrangeiros isso tudo seja uma coisa só o
fato é que isto está longe de ser verdade. Falar que algo é
yuri não é falar que é necessariamente lésbico. Yuri carrega em
si todas as características do Classe S, onde tudo é difuso, onde
talvez tudo seja apenas homossocialidade, ou não, ou onde mulheres
possam ser admiradas tanto por serem muito femininas ou carregarem em
si características de príncipes encantados (Opa!).
É
preciso entender e respeitar as diferenças de conceito que estão
enraizadas no gênero yuri. Dizer que o yuri não representa a
comunidade lésbica como deveria é simplesmente impor um papel ao
gênero que nunca foi dele. Assim como dizer que “não é yuri de
verdade se não tiver beijo” é uma distorção completa dos
valores dessas obras.
Ou
seja, Yuri e Lésbico não são sinônimos. Eles não são a mesma
coisa.
Aliás
existe uma expressão japonesa bem melhor para dizer que algo é
lésbico que é Rezu (レズ,
literalmente Lez). Muitos yuris contemporâneos são Rezu, mas isso
não é uma regra.
Por
fim gostaria de lembrar que não estou dizendo que a cultura lésbica
não possa se apropriar do yuri como parte sua, muito pelo contrário.
O problema é quando se utilizam conceitos ocidentais sobre o que é
a cultura lésbica e como ela deve ser representada para fazer o
julgamento do yuri, acreditando que eles são equivalentes perfeitos.
Busquei tornar isso mais claro com a construção histórica do yuri,
mas é claro que existem outros fatores sociais e históricos mais
próximos que ainda podem ser usados para completar essa figura
complexa que é o gênero.
Quando
lemos um quadrinho lésbico asiático de fora do Japão, como os
trabalhos da Ratana Satis é visível a diferença de tom e conceitos
que regem seu enredo. Seu pensamento é muito mais próximo do que
nós entendemos por obra lésbica e isso é bem óbvio por ser o
mesmo objetivo da autora.
Mesmo
que o yuri esteja em um contexto que cada vez se torna mais
semelhante ao nosso, com a modernização do pensamento japonês em
relação à homossexualidade e as maneiras de expressar isso,
devemos sempre lembrar que o legado histórico-cultural de um povo
não é algo que se pode deixar de lado para começar uma nova
página.
Espero
ter conseguido contribuir para a compreensão da questão. Fazia
muito tempo que queria trazer um texto que tratasse da questão. Se
vocês, queridas leitoras e leitores do KaS tiverem interesse,
podemos pensar em mais pautas com essa pegada mais séria para trazer
ao debate.
Enfim,
deixem seus comentários aí para que possamos continuar essa
conversa. Vocês já tinham parado para pensar alguma vez sobre a
diferença entre o yuri e a nossa visão de história lésbica? Acham
que não deveria existir essa diferença, ou veem nisso a
oportunidade de entender mais sobre o yuri? Digam aí e até a
próxima!
Bibliografia
NAGAIKE,
Kazumi. The Sexual and Textual Politics of Japanese Lesbian
Comics : Reading Romantic and Erotic Yuri Narratives. Disponível
em Japanese Studies
(http://www.japanesestudies.org.uk/articles/2010/Nagaike.html)
Acesso em 02 de agosto de 2017.
THOMPSON,
Kimberly D. Yuri animation: Queer identity and ecofeminist
thinking. Disponível em The Scholarship
(http://thescholarship.ecu.edu/handle/10342/2913)
Acesso em 02 de agosto de 2017.
MARTIN,
Fran. et al. AsiaPacifiQueer: Rethinking Genders and Sexualities,
University of Illinois Press, 2008.
quarta-feira, 2 de agosto de 2017
Posted by LKMazaki