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MaStErEd NeGiMa - LiVeS cEnA 18

CENA 18: UMA CHANCE PARA VIVER




“Eu sou um monstro.”.

Konoka Konoe estava sentada sozinha na sala do clube de artes esotéricas. Era o inicio da madrugada, mas ela não tinha a mínima vontade de ir para seu quarto ou dormir. Olhava para o céu parcialmente coberto por nuvens que se podia ver da janela aberta. Sentia-se fraca e desolada com tudo que ocorrera. Principalmente sentia uma amargura mortal contra si mesma.

Como havia se deixado levar daquela maneira por Setsuna-P? Havia perdido completamente o senso do que estava fazendo, mesmo sabendo do risco que havia em se envolver. Mesmo sabendo que se arrependeria, ela não havia conseguido impor limites a shikigami, e agora... O pior havia acontecido: Setsuna havia descoberto sua falha antes que ela pudesse minimizar seus efeitos ou mesmo explicar pessoalmente como havia sido tola.

Seu anjo protetor agora devia odiá-la. Nem sequer havia lhe olhado no terraço, como se talvez desprezasse agora a sua figura. Não havia nem lhe chamado pelo apelido... “Ela não vai mais perturbá-la, Konoka Ojou-sama.”. A frieza na voz da espadachim havia cortado toda reação que Konoka poderia ter tido naquele momento para tentar explicar-se ou desculpar-se. Fora uma voz sem sentimento algum, como se estivesse falando a uma desconhecida. Ela havia conseguido o que era praticamente impossível: destruir o sentimento puro que Setsuna guardava em si durante todos esses anos. Sim, era um monstro.

Mesmo que agora Setsuna-P já não existisse mais, Konoka não via como iria poder se reaproximar de Setsuna. Sua Set-chan.... não teria mais coragem de encara-la depois de tê-la ferido tão cruelmente. Não conseguiria nem mesmo se perdoar por ter feito o que fez... sim, ela tinha feito e não podia se esconder sob a desculpa de “deixara ser feito” por que realmente havia retribuído a “Pee-chan” (sentiu desprezo ao lembra-se do apelido). Não poderia nunca tirar a culpa de suas costas. Nunca.

Observando o céu noturno enquanto consumia-se na própria culpa naquela noite que provavelmente nunca esqueceria, Konoka só conseguia repetir a cada alguns minutos uma única palavra:

- Set-chan...






Setsuna-P foi abrindo os olhos vagarosamente. Não conseguiu enxergar direito o lugar onde estava, pois estava um pouco tonta. Sentia o corpo dolorido, mas.... como assim?! Era um shikigami! Não podia sentir dor!!! Não dores musculares como aquelas! Como estava sentindo então?! Ergueu-se de um salto sentando-se no que percebeu ser uma cama. Sua cabeça girou por um momento:

- Que bom que acordou querida. – disse uma voz masculina que não lhe era estranha.

A “shikigami” olhou para o lado e viu o mago de longa capa preta e ralos cabelos grisalhos sentado a uma mesa mais ao canto na penumbra do que ela finalmente reconheceu ser um quarto de hotel. O homem a observava como carinho enquanto tomava algo em uma xícara:

- Quem é você? – perguntou a garota meio confusa com tudo aquilo. Só se lembrava de estar morrendo e agora... estava sentindo dores no corpo em uma cama de hotel com um homem misterioso. Isso chegava a soar estranho, mas era a sua situação.

- Meu nome é Mash Magno. – apresentou-se o homem repousando sua xícara na mesa e virando-se para ficar de frente para a menina. – Sou um mago ocidental como pode perceber pelo meu sotaque e vestimentas. Venho da Irlanda e estava esperando para encontrá-la há bastante tempo, Pee-chan.

- Me encontrar? – Setsuna-P estranhou muito a fala do mago. Como a conhecia afinal? – Mas...

- Eu sei tudo sobre você querida. – disse Mash antes que a garota fizesse a pergunta. – Estive te observando desde que surgiu, a oito meses.

A “pseudo-espadachim” tentou entender a situação por um momento. Um mago que havia impedido sua destruição e a vinha observando a muito tempo... que diaxo estava acontecendo ali? E por que sentia dores?! Era um shikigami, não?!

- Você é o tal assassino que está no Japão? – perguntou lembrando-se do comentário feito por Kotarô logo que voltara de Kyoto, na mesma data e que ela havia assumido a posição de Setsuna em Mahora. Mash riu da pergunta com entusiasmo.

- Você é ardilosa mesmo! – comentou ele parecendo contente com a acusação de ser um assassino. – Infelizmente devo responder que não sou. Mas minha presença aqui tem relação com esse tal assassino sim, e por isso me impressiono com seu pensamento!

- Heim? – Setsuna-P estranhava cada vez mais a situação.

- Eu explico querida: na verdade eu estou aqui por que quero derrotar esse assassino. E é para isso que eu preciso de sua ajuda.

- Para vencer esse outro mago?

- Não. Preciso de sua grande ajuda para conseguir um poderoso item mágico que está em Mahora. – explicou o homem com simplicidade.

-... entendo. – respondeu Setsuna-P começando a entender o por que da ajuda do mago.

- Na verdade, estimo tanto sua pessoa que fiz uma grande busca para poder arranjar um modo de trazê-la para o meu lado querida. – disse Mash com um tom amável na voz.

- Do que está falando?

- Observe este pingente que está usando querida. – disse o mago apontando para o pescoço de Setsuna-P, só então esta reparou que estava usando um cordão com um pingente estranho feito de ouro maciço. – Este é o Chikarasei, um amuleto extremamente poderoso que obtive para poder salvar sua existência.

- Salvar? – repetiu Setsuna-P levantando-se e caminhando até a janela para poder ver melhor o pingente mágico. Era um pouco pesado e tinha a forma de uma chama incandescente.

- Sim, o Chikarasei é muito poderoso. Tive que investir em mercenários e em um amuleto falso para que a Associação de Magia de Kansai não soubesse que eu já estava com ele a algum tempo. – contou o homem parcialmente careca com orgulho de seu trabalho bem feito. – Fiz tudo isso para poder dar ele você, minha querida.

- Pra mim... – a garota sentia-se quase hipnotizada pelas formas do objeto que carregava. Podia perceber a energia que dele emanava, era algo diferente de tudo o que já havia visto em sua curta vida.

- Você sonhou com algo bom antes de acordar querida? – perguntou Mash tomando um gole de sua xícara.

- Eu sonhei que... – foi então que percebeu o que significava aquela pergunta: um sonho! Mas... shikigamis não sonham! Como ela poderia ter sonhado que... - ... eu era real.

A verdade caiu como uma bomba na mente de Setsuna-P. Então... mas como?! Não existia nenhuma magia que pudesse fazer algo desse tipo! Mas era a única explicação para as dores, por estar sentindo o cheiro do chá que Mash tomava. A possibilidade de que fosse aquilo fez um sorriso enorme aparecer nos lábios da garota. Um sorriso como nenhum outro que já dera, isso por que sua mente chegou a única conclusão que poderia: seu sonho não havia sido um sonho:

- É isso mesmo, minha querida. – disse Mash ao ver o sorriso de Setsuna-P. – Você agora não é mais um shikigami, é uma pessoa de verdade... ou quase...

- Quase?! – a garota olhou para o mago com um tom de “você está me enrolando!!” e esta procurou corrigir sua fala rapidamente.

- Sim, quase. Isso por que o processo que o Chikarasei esta efetuando sobre seu corpo ainda não está completo. Não pense que é simples fazer um shikigami tornar-se uma pessoa, mas em uma semana você poderá de fato dizer que é uma pessoa.

- Uma semana... – repetiu Setsuna-P com um tom vago, sua mente estava processando a informação mais incrível e absurdamente maravilhosa do mundo num ritmo muito lento: ia ser uma pessoa, um ser real. Ia poder esfregar na cara de sua... “criadora” que não precisava mais dela para existir, poderia.... poderia... o sorriso se alargou novamente na face da futura garota. – Uma semana...

- Sim. Em uma semana estaremos prontos para voltar a Mahora e... bem... bagunçar as coisas... – concluiu o mago de maneira misteriosa sorrindo serenamente antes de tomar mais gole de seu chá amargo, segundo o novíssimo olfato da ex-shikigami.

Pee olhou pára o céu estrelado, admirava a beleza das coisas da natureza, mas dessa vez sentiu uma emoção única por poder ver aquilo tudo: o céu, as nuvens, as estrelas entre as nuvens. Estava praticamente viva e em pouco tempo poderia enfim dizer que era real. Sim o que mais queria na sua mais nova existência era ser real, era ter a chance de viver. O sorriso no seu rosto mudou para um muito mais enigmático quando ela continuou seu raciocínio e concluiu que só havia mais duas coisas que queria depois de existir: Konoka Konoe e a morte de Setsuna Sakurazaki por suas mãos.

“Eu vou ser real!”.








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devo começar a atualizar lives as quintas ou sextas.. aviso quando postar XD
no ultimo ep do parallel *que eu ainda naum vi* parece que acabou a saga da Eva.. entaum.. pode se ter chance de ter a saga de kyoto.. to colocando aki a minha dor de naum fikar com internet o verão inteiro.. bah.. se eu naum puder ver uma saga de kyoto versão live eu acho que eu morro ¬¬''''''''
ateh algum dia gente >D
sexta-feira, 21 de dezembro de 2007
Posted by Se-chan

MaStErEd NeGiMa LiVeS CeNa 17

CENA 17: SENTIMENTOS



O vento soprava forte à vinte metros de altura nos arredores de Mahora. Setsuna-P voava numa velocidade espantosa como se fugisse da forca. E era mesmo isso que estava fazendo. Já estava a vinte minutos rumando na mesma direção e já estava um pouco além dos limites da escola comandada pelos magos. Um vórtice de emoções e pensamentos se passava em sua mente. Sim, ela tinha uma mente e pensamentos confusos também.
Estava a beira da inexistência, a qualquer momento Setsuna iria desfazer seu feitiço e ela simplesmente deixaria de existir para todo o sempre. Por que as coisas tinham que ser assim?! Ela se esforçara tanto para ganhar uma chance de poder continuar existindo durante o período em que ficara em Mahora no lugar de sua criadora. Aquela havia sido a semana mais incrível da curta vida dela, por que tinha que acabar assim? Não se conformava.
Claro que havia escolhido métodos nada seguros para tentar garantir sua existência, mas... o que podia fazer? Era um shikigami de Setsuna, seria natural que também fosse completamente apaixonada por Konoka. Queria tanto poder ter a garota para si, mas esta havia resistido bravamente a suas investidas e seu tempo se esgotara. Agora não havia mais como fazer-se necessária à Konoe. Estava condenada e havia no fim perdido tudo que tinha lutado para conquistar. Konoka e a própria vida. Ela tinha vida? Sim, claro que tinha!
De repente uma dor aguda tomou o coração de Setsuna-P, não uma dor puramente emocional, era uma dor física, como se seu peito fosse rasgar a qualquer minuto. Era o inicio do ritual para desfazer o feitiço de conjuração dela, ou seja: era o começo da morte.
- Argh! – a dor era tamanha que desequilibrou o vôo da shikigami que caiu com um baque sonoro no gramado de um parque da cidade vizinha a Mahora. O lugar estava vazio e ninguém viu a garota alada desabando desajeitada. – Aaah....
A “garota” levantou-se em meio a seus gemidos de agonia e caminhou as cegas pelo parque sentindo a dor se intensificar sem poder fazer nada. Caminhou alguns metros até sentir a dor se alastrar por todo o seu corpo. Setsuna-P gritou em desespero caindo na grama com o peito para cima. Não conseguia pensar em nada além de que aquele era seu fim. Não conseguia nem abrir os olhos, tamanha sua agonia:
- Por quê?! Por que eu não posso existir?! – perguntou aos berros para o céu percebendo que não conseguia mais sentir os braços, estavam dormentes, a um passo de não existirem. Com certeza era muito grande a agonia de deixar de existir pouco a pouco. Talvez fosse uma vingança sádica da espadachim a destruir de maneira tão lenta, talvez isso fosse apenas pela grande distancia que estava desta. Provavelmente havia escolhido sofrer ao fugir da morte.
Os sentidos iam diminuindo enquanto a dor crescia. Ela perdia a noção de onde estava. Não ouvia mais ou via. Tudo o que conseguiu perceber foi uma luz azul difusa que vinha de debaixo do seu corpo. Com certeza fazia parte do feitiço sendo desfeito. Logo ela, um shikigami com potencial inimaginável iria terminar de maneira tão humilhante, como um simples boneco inútil. Estava tão afogada na agonia que não pode ouvir uma voz masculina não muito distante dizendo calmamente e ela:
- Não se preocupe querida, não vou deixar você terminar assim.
Setsuna-P chegou ao limite entre a existência e o nada, mas, ou invés de deixar de saber qualquer coisa, começou a sentir-se novamente, o ar gelado da noite entrando por seus pulmões. Nunca havia sentido a própria respiração realmente, como estava fazendo isso agora? Depois de morrer? A dor foi sumindo pouco a pouco e ela passava a sentir o chão sob seu corpo e o suor que escorria pela sua face. Estava mesmo morta? Parecia sentir-se muito mais viva do que antes... Como era possível. A voz masculina lhe falou novamente, dessa vez ela conseguiu ouvir seu tom sereno e grave:
- Você vai ficar muito bem querida.
O cansaço começou a tomar conta do corpo da “shikigami”. Quando abriu os olhos viu a figura de um homem que trajava uma longa capa preta como a de um mago. Tinha um rosto já de idade e sorria de maneira gentil para ela. Tentou dizer algo, mas o cansaço ia derrubando-a rapidamente:
- Não se preocupe querida, quando acordar tudo será explicado. Agora durma, tenha o primeiro sonho de sua vida.
Setsuna-P não tinha idéia de quem era aquele homem, mas dormiu, não por que confiasse, mas por que não restaram forças no seu ser depois de tanto voar q quase morrer. Dormiu e teve seu primeiro sonho, um sonho onde ela era real.





Setsuna terminou o feitiço para terminar com a existência de Setsuna-P se sentou na beira da cama desolada, como se ela própria tivesse deixado de existir. Estava sozinha no seu quarto, as malas ainda feitas a um canto, o silêncio preenchendo cada espaço no lugar e dentro da espadachim. Estava sangrando na alma, um sangramento que não parava e nem diminuía, parecia que havia sido partida ao meio de maneira destruidora e lenta. Seus pensamentos estavam embaralhados e incompletos. Encarou o espelho solitário a um canto.
“Você foi usada.” disse sua consciência sem parecer ter a mínima pena do sofrimento de Setsuna. A espadachim não conseguiu conter as lágrimas que começaram a cair pelo seu rosto quando ela deitou de lado na cama, ainda encarando o espelho:
- É mentira... – sua voz estava cortada e engasgada pelo choro silencioso. Não podia acreditar, não depois de ter ouvido da própria Konoka uma confissão tão verdadeira sob a Árvore Mundo! Haviam até se beijado naquele dia! Como podia agora não passar de uma mentira?!
“Ué? Mas você não a viu beijando a shikigami também?” contra-argumentou sua mente de maneira astuta e Setsuna engoliu em seco. Sim, tinha visto. Konoka e Setsuna-P beijando de maneira tão... intensa! Se realmente se importasse com os sentimentos dela, por que teria beijado Setsuna-P daquela maneira?!
- Não pode ser... ela não pode ter... – será que realmente havia sido um brinquedo nas mãos de Konoka? Sua mente dizia que sim enfaticamente, mas algo dentro dela, algo mais profundo que os pensamentos dizia que não era isso, deveria ter alguma explicação.
“Explicação?! Qual?”.
Ora, a maga poderia ter sido usada por Setsuna-P, ela mesma vira o quanto a shikigami podia ser egoísta e inconseqüente, seria bem lógico achar que a quase-maga fora usada!
“Ninguém sendo usado, beija daquela maneira...”.
O argumento de Setsuna fora a baixo. Sim, Konoka estava retribuindo os beijos de Setsuna-P à tarde no terraço, estava gostando deles! Gostando dos beijos de Setsuna-P!!! será que só queria mesmo aproveitar-se de seus lábios?! Todo esse tempo Konoka apenas se aproximara dela com o interesse de provar-lhe?! Seria apenas isso?! Mais lágrimas escorreram pelo rosto de Setsuna, não conseguia mais conter os soluços do choro, fechou os olhos para tentar silenciar sua consciência, porém não é tão fácil silenciar um inimigo tão próximo.
“Você foi usada” repetiu com a mesma falta de piedade de antes e Setsuna se encolheu na cama, apertando o peito:
- Não... eu a amo... isso não pode ser...
“Mas é exatamente isso”.
-NÃO!!! – Setsuna berrou sentando-se na cama, estava ofegante, as lágrimas borrando sua visão. Enxugou-as percebendo que conseguira o silêncio de seus pensamentos.
Não era isso. Konoka não a tinha usado... também não tinha sido usada por Setsuna-P, então... o que era verdade ali? Bom, parando para raciocinar com mais frieza Setsuna percebeu rapidamente o que havia de fato ocorrido: um erro. Um grave erro da herdeira das Associações de Magia do Japão. Ou quem sabe não...talvez quisesse ter feito tudo aquilo, mas isso não importava... a espadachim sentia que o amor que sentia por Konoka não havia sido morto por aquele fato. Estava apenas ferido, marcado, traumatizado. Percebeu que demoraria algum tempo até que conseguisse olhar novamente nos olhos da maga sem temer ser usada ou enganada... será que um dia conseguiria? Talvez... esperava que sim, amava demais a garota para não mais falar-lhe.
Setsuna esticou-se na cama olhando para o teto. Uma semana atrás sentia-se imensamente feliz por estar se aproximando tanto de Konoka. Agora estava completamente atordoada, confusa, questionando-se se não fora um erro ter se entregado por um segundo aos seus sentimentos pela Konoe que carregava consigo por tanto tempo em segredo. Seu pensamento foi até Tsukuyomi: sim, havia como evitar aquele sofrimento... na verdade Setsuna percebeu que aquela situação era um grande ponto a favor da espadachim. Mas... mesmo que houvesse uma saída do sofrimento que sentia e que talvez fosse ainda piorar... não podia evitar, amava Konoka mais do que qualquer coisa na vida... a confissão que fizera sob a árvore mágica da escola fora verdadeira, disso ela não tinha como duvidar... mesmo que fosse sofrer como estava sofrendo... amava Konoka... a única questão era saber quanto tempo seu coração precisaria para perdoar a atitude da garota... naquele momento parecia que ia demorar anos, mas quem sabe uma noite de sono não pudesse ajudar a diminuir esse tempo...
Setsuna adormeceu embalada do sentimento de dúvida, um sentimento nada amigo na hora de dormir. Não sabia o que aconteceria com seus sentimentos dali pra frente, mas esperava que acontecesse logo, não agüentaria ficar muito tempo naquele vácuo.
“Kono-chan...”


segunda-feira, 17 de dezembro de 2007
Posted by Se-chan

MaStErEd NeGiMa - LiVeS cEnA 16

nome do cap -> PONTO FINAL!!!!!
...

ou seja..................

OOOOOOOOOOHHHHHHHHHH


cap MTO bom!!!!!!!!! XD

Vamos a ele logo! ^^''


CENA 16: UM PONTO FINAL




Asuna olhava temerosa para a figura de Setsuna que estava sentada na cadeira à sua escrivaninha de estudos. Estavam no quarto da ruiva a mais de dez minutos no mais completo silêncio. A garota não conseguia pensar em nada que pudesse consolar a amiga, a bakaranger se perguntou se a espadachim ainda estaria na realidade depois de ter visto o que viu. Ela própria não conseguia digerir as imagens do terraço que insistiam em repassar pela sua mente.
Konoka e Setsuna-P... Como isso era possível? A primeira coisa que ocorreu a garota foi o fato da shikigami agir de maneira sempre muito estranha, era diferente demais de Setsuna e chegava ao ponto de ser suspeita por parecer sempre estar escondendo algo atrás do sorriso debochado que carregava. Sim, provavelmente a pseudo-garota havia manipulado os sentimentos de Konoka a ponto de... Mas ainda assim, mesmo sendo manipulada, Konoka não teria também sua grande parcela de culpa? “Como assim Asuna? Você ta dizendo que ela fez... aquilo(!!) por que quis?”. Ora, se alguém mata sob influência das idéias de outra pessoa passa a ser inocente de seus atos?! Ora, mas que coisa estranha... já estava parecendo a Yue e suas filosofias!
O fato era que ela mesma não conseguia perdoar a atitude de Konoka intimamente, como estaria se sentindo então Setsuna?! Antes da viagem da garota as duas estavam num clima tão... “quase alguma coisa”! E a ruiva podia perceber o quanto a aproximação com a quase-maga estava sendo boa para sua amiga. Na verdade desde que voltara a falar com Konoka, Setsuna vinha se tornando mais acessível, mas desde o tal beijo das duas a espadachim estava se dando ao luxo de viver quase como uma garota comum de 16 anos, aproveitando as coisas simples de ser adolescente. Mas... e agora?! Devia estar com seus sentimentos despedaçados! Temia que a amiga fizesse alguma besteira contra si própria em um momento de aflição, talvez por isso ainda não tivesse tido coragem para falar qualquer coisa. Setsuna olhava fixamente para o chão de costas para ela, não chorava, mas provavelmente estava sangrando por dentro:
- Setsuna... – começou Asuna sem saber muito bem como continuar, se aproximando da espadachim e colocando uma mão sobre o ombro da amiga. Mesmo sem boas palavras queria consolar a garota.
- Sabe Asuna... – começou Setsuna ainda com o olhar perdido, a voz fraca e tremida. - Talvez seja melhor por um ponto final nas coisas antes do pior...
- Hum? – Asuna não entendeu o que a outra queria dizer com “coisas”. O que estava pensando em fazer? – Setsuna o que...
Porém, a ruiva não completou a fala. Setsuna se levantou subitamente da cadeira olhando na direção da porta do quarto. Asuna se surpreendeu e ia questionar o que havia acontecido quando ouviu o barulho de alguém colocando a chave no trinco. Setsuna não se deteve nem um segundo e saltou pela janela aberta do aposento:
- Setsuna! – Asuna exclamou indo até a janela vendo a outra garota pousar com firmeza no chão e sair em disparada pelo pátio. No instante seguinte sua indagação muda foi respondida ao se virar e ver Konoka entrando no quarto.
- Ah... oi Asuna. – cumprimentou a quase-maga e a ruiva se surpreendeu novamente: a garota parecia arrasada, tinha uma expressão de extremo desgosto na face.
- Oi... er... algum problema, Konoka? – perguntou tentando não evidenciar que havia descoberto qualquer coisa. Konoka parou no meio do caminho para a pequena cozinha do apartamento, os olhos fintando o vácuo.
- Como é possível trair a si mesmo sabendo disso?
- Quê? – a resposta-pergunta fora inesperada. Estaria Konoka se referindo a....
- Só alguém desprezível pra ser capaz de algo assim... – concluiu Konoka como se Asuna nem estivesse ali.
- Konoka do que você...
- Preciso por um ponto final nisso... não posso viver assim... – disse a garota distante mais para si do que para qualquer um. Asuna se assustou com a maneira de falar da amiga. Lembrou-se perfeitamente de Setsuna falando exatamente de “por um ponto final”. Konoka entrou na cozinha sem dizer mais nada deixando Asuna completamente ignorada sozinha.
A ruiva estava atordoada, fora muita coisa para sua mente de bakaranger. Parecia que Konoka afinal estava tão sentida com aquela situação quanto a própria Setsuna, mas... o que iria acontecer? Não tinha um bom pressentimento quanto ao que viria, sentia-se apreensiva pelas duas amigas. Será que tudo ia desandar assim?! Logo para as duas pessoas que mais pareciam feitas para serem “felizes para sempre”?! Droga! Asuna sentia-se frustrada por simplesmente não poder fazer nada para evitar o pior...
“Não estraguem tudo assim garotas...”




O céu estava parcialmente coberto por nuvens aquela noite e ventava bem frio. Sempre era assim no fim do outono em Mahora. O clima inspirava paz a calmaria. Infelizmente essa noite não seria assim para todos.
Setsuna-P chegou ao terraço vazio do prédio da república estudantil com o rosto um pouco corado, como se tivesse corrido para ali chegar. Trajava o casaco com o “Y” bordado e olhava ao redor como se buscasse algo com os olhos. Não demorou nem dois minutos para que a pseudo-espadachim abrisse um largo sorriso ao ver Konoka saindo pela porta que dava acesso ao local. Estava um pouco escuro e ela não conseguia divisar a expressão desta:
- Ojou-sama! Que surpresa receber sua ligação dizendo para vir até aqui! Estava assistindo ao jogo de basquete... – exclamou a shikigami caminhando até a outra garota com um sorriso maroto no rosto. – Será que você finalmente decidiu deixar de resistir a mim?
Konoka nada respondeu e continuou caminhando até chegar à beira do terraço, onde havia um parapeito. Setsuna-P foi até ela exibindo seu sorriso. Porém ao se aproximar mais da outra percebeu a expressão muito séria que esta tinha:
- Ojou-sama? – perguntou a shikigami perdendo um pouco do seu ar relaxado.
- Eu te chamei aqui, Setsuna-P, por que quero colocar um ponto final nessa estória que já foi longe demais. – disse Konoka sem olhar para a pseudo-garota que ergueu as sobrancelhas ao ouvir estas palavras, abriu a boca para falar algo, mas foi interrompida. – E não me venha com esse papo de “do que está falando, Ojou-sama?”! - exclamou encarando os olhos de Setsuna-P com determinação que esta ainda não tinha visto. – Isso é uma ordem.
Setsuna-P pareceu levar um tapa invisível ao ouvir a palavra “ordem”. Ficou com uma expressão atordoada. Afinal, era um servo, um servo que tem que cumprir tudo o que lhe digam ser “uma ordem”. Konoka percebeu os efeitos da palavra que usara sobre a pseudo-espadachim e aproveitou para continuar seu discurso:
- Tudo isso que aconteceu entre nós... isso tudo foi um erro... um erro meu...
- Mas Ojou-sama... – Setsuna-P parecia perdida diante da posição da quase-maga.
- Eu não posso continuar com isso...
Setsuna-P ficou sem reação por um momento. Konoka parou de falar percebendo que desta vez estava com o domínio da situação, pensou que desta vez conseguiria mesmo acabar com aquela “monstruosidade” que estava fazendo com sua Set-chan sem esta saber. Afinal, não é só por que não se sabe que deixe de contar. Porém a shikigami assumiu um tom agressivo depois de alguns instantes de aparente reflexão:
- Tudo isso é por causa dela?! – questionou em um tom exasperado que assustou a outra. Olhou nos da interrogadora antes de falar.
- “Dela”? Você está se referindo à...
- A outra. – afirmou Setsuna-P fintando os olhos de Konoka com algo que parecia quase mágoa. A garota de longos cabelos ergueu as sobrancelhas: “Outra?!”.
- Mas do que está falando?! – encarou incrédula a pseudo-garota a sua frente não acreditando na coragem desta de expressar-se dessa maneira. – Você é que é “a outra” Setsuna-P! Você é um shikigami!
Setsuna-P pareceu ficar muito mais irritada com esta afirmação de Konoka. Respirava com força encarando com verdadeiro rancor a garota. Segurou os dois pulsos desta com força prendendo-a para continuar:
- Mas eu não sou muito melhor do que ela?! Eu posso fazer tudo o que quiser de mim Ojou-sama! Não pode preferir ela!
- Setsuna-P, me solta. – Konoka sentia os pulsos presos, sendo puxados para a “garota”. – Para com isso... – dizia tentando livrar-se, mas não tinha força para isso e Setsuna-P não parecia nem um pouco disposta a ajudar, na verdade puxou Konoka até o corpo das duas encostar. A maga não acreditava que ia ser dobrada dessa maneira! Ainda por cima na força bruta mesmo!
- Ojou-sama... você tem que ser minha... – Setsuna-P parecia completamente fora de si (e há algum “si” nela?!). Puxava os lábios de Konoka para junto dos seus, mesmo que esta quase implorasse para que parasse enquanto fazia de tudo para livrar-se.
- Acho que isso não está no conjunto de coisas que eu mandei que fizesse, não é?
A shikigami estalou. Não apenas ela, Konoka também. Não podia ser verdade, mas ao soltar a quase-maga e virar-se a pseudo-garota confirmou seu provável pensamento que foi expresso pela sua fala estupefata:
- Setsuna Sakurazaki.
Setsuna encarava seu shikigami com uma expressão quase homicida. Respirava com força, as mãos tremendo, tentando controlar-se para não sacar a espada e acabar com tudo de uma vez. Konoka sentiu um alivio imenso ao ver sua Set-chan. Ela havia voltado afinal, porém rapidamente esse sentimento tornou-se temor: ela descobriria o grave erro que cometera? Não tinha coragem para falar diante da cena, apenas expressou-se com uma palavra:
- Set-chan...
- Não encoste mais nenhum dedo em Konoka Ojou-sama, Setsuna-P. – ordenou Setsuna com a voz tremida. O coração de Konoka apertou desconfortavelmente: “Konoka Ojou-sama?!”.
- Ora, mas eu não estava fazendo nada.... Setsuna Sakurazaki. – afirmou a serva erguendo os braços exibindo um sorriso debochado. Realmente não era um shikigami como outro.
- Não... minta pra mim... – Setsuna estava prestes a explodir a tentava se controlar de todas as maneiras. A “outra” pareceu perceber o que fazia a sua “mestra” estar tão alterada. Alargou mais o sorriso incomodo.
- Você nos viu aqui nesse terraço à tarde, não foi? – perguntou. Konoka prendeu a respiração: seria verdade? Será que Set-chan já sabia da sacanagem que havia “se deixado aprontar”?! Para o horror da garota o rosto de Setsuna tremeu ao ouvir a pergunta da shikigami e ela apertou os punhos com força. Setsuna tinha uma expressão de ódio no rosto e em nenhum momento olhou para a maga, como se esta nem estivesse ali.
- Set-chan... – Konoka sentiu um nó na garganta. Setsuna-P, por outro lado, parecia muito mais feliz e confiante diante do olhar ameaçador da sua “mestra”.
- Bom, se viu mesmo, então sabe que você não é mais necessária aqui. – afirmou a “garota” avançando lentamente na direção de Setsuna que continuava apenas a encarando. – Ojou-sama não precisa de você! Eu posso fazer tudo o que ela precisa! Por que não sai de Mahora e deixa eu ser Setsuna Sakurazaki por você? Garanto que eu me saí bem melhor do que você nisso!
Setsuna olhava sem piscar para a sua “eu” que desejava vê-la pelas costas o mais breve o possível. Um ódio mortal a consumindo por dentro: além de querer tomar Konoka para si, queria tomar sua vida toda para si. Mesmo que estivesse com muita vontade de quebrar a cara daquela shikigami com os próprios punhos, sabia que tinha uma arma muito mais sutil e eficiente. Sorriu com amargura para sua adversária fazendo esta se surpreender:
- Existe um detalhe que você está esquecendo, Setsuna-P.
- Detalhe? Mas do que está falando? – a pseudo-espadachim pareceu sentir-se verdadeiramente ameaçada.
- Eu sou real. Você não passa de uma ilusão. – disse Setsuna com simplicidade, com seu sorriso amargo ainda no rosto. Konoka não tinha reação, mas Setsuna-P pareceu sentir uma agonia aguda àquelas palavras.
- Eu... eu... – começou a recuar contra o parapeito do terraço como se tivesse sido gravemente ferida. Tinha a mão direita sobre o peito como se sangrasse.
- Eu posso acabar com sua existência a hora que quiser.
- NÃO! – Setsuna-P berrou ao encostar-se no parapeito. Se tivesse lágrimas provavelmente estaria chorando. Ofegava olhando com medo e raiva para sua “criadora”. Subiu no encosto encarando os olhos agora gélidos a sua frente. Tirou suas asas que eram as mesma de Setsuna. – Você não pode fazer isso comigo! Não vai!
Setsuna nada disse e sua shikigami saltou do terraço saindo pelos céus de Mahora. Apenas observou a figura distante de Setsuna-P, tinha agora uma expressão cansada e triste. Konoka não teve coragem de dizer nada: seu anjo sabia de seu pecado horrendo, nunca a perdoaria. Tinha que criar coragem para tentar se desculpar, mas as palavras não chegavam a sua boca:
- Ela não vai mais perturbá-la, Konoka Ojou-sama. – foi a única coisa que a espadachim disse a quase-maga, ainda sem olhá-la, antes de virar de costas e partir para dentro do prédio.
O vazio dentro do peito de Konoka era sufocante. Setsuna a odiava agora. Nunca mais teria o abraço da garota que tanto amava e esse pensamento fez lágrimas correrem pelo rosto da garota.
Era o fim.


segunda-feira, 10 de dezembro de 2007
Posted by Se-chan

Mastered Negima Lives 15

CENA 15: A OUTRA SETSUNA – PARTE 3




- Você vai mesmo, Setsuna-senpai?! – perguntou Yunna Akashi emocionada.
Setsuna-P vinha atravessando os campos próximos a um dos prédios dos clubes culturais de Mahora, havia acabado de ser expulsa da sala do clube de artes esotéricas por Konoka e agora seguia em direção ao campus universitário quando encontrara com o quarteto esportista.
- O que? A Sakurazaki-san vai assistir ao seu jogo, Yunna? – perguntou Makie curiosa.
- Não sabia que você gostava de basquete, Sakurazaki-san. – comentou Akira com seu tom tranqüilo de sempre.
- Sim, eu na verdade aprecio muito o basquete. – disse Setsuna-P com um sorriso de lado. – Estou mesmo curiosa para saber se Yunna-chan joga mesmo tão bem... – disse olhando de lado para a jogadora.
- Você não vai se decepcionar, Setsuna-senpai! – prometeu Yunna erguendo o punho no ar.
- Você não quer ir assistir ao meu treino de ginástica um dia desses Sakurazaki-san? – perguntou Makie que andava convidando a todos que podia para exibir sua melhora significativa na ginástica. Setsuna-P olhou Makie de cima a baixo antes de responder. No que estaria reparando? Talvez nas curvas da garota que haviam se acentuado bastante no último ano, ou talvez...
- Pode ser... – respondeu enigmaticamente e Ako ergueu uma sobrancelha.
- O que está fazendo por aqui, Sakurazaki-san? – perguntou a enfermeira.
- Apenas deixando Konoka Ojou-sama no clube. – respondeu tentando ser impassível, mas Akira reparou num leve tom de irritação que não comentou.
- Ah... por acaso, Setsuna-senpai... – começou Yunna corando levemente.
- Hum?
- ... Você e a Konoka-san... vocês tem alguma coisa? – perguntou e as outras esportitas engasgaram. Claro que toda a turma tinha essa curiosidade, mas não haviam ainda chegado ao ponto de perguntar assim tão descaradamente para a espadachim. Setsuna-P ergueu uma sobrancelha em surpresa.
- Sabe... – disse baixo inclinando-se para Yunna que aproximou o ouvido para escutar. As outras três garotas ficaram ávidas de curiosidade, mas a pseudo-garota tomou cuidado para ser ouvida apenas pela jogadora. – Minha relação com Konoka Ojou-sama não me impede de conferir sua habilidade durante e depois do jogo amanhã...
- Q-Quê!? – Yunna surpreendeu-se e se afastou de Setsuna-P como se esta pudesse ter alguma doença contagiosa e as outras garotas ficaram ainda mais curiosas.
- Heim?! O que houve Yunna?! – perguntou Makie puxando a jogadora que estava muito corada.
- Você está bem Yunna? – perguntou Ako preocupada colocando a mão sobre a testa quente da garota de cabelos pretos amarrados. – Está com febre?
- Ah... – Yunna fintou o rosto impassível de Setsuna-P que olhava para frente enquanto caminhavam, parecia meio confusa com o que ouvira, mas logo percebeu que não poderia mesmo compartilhar com as amigas o motivo de tanto alvoroço. – Não foi nada... sério mesmo.
- Nada? – estranhou Akira nada convencida. Yunna pode observar um sorrisinho discreto surgir àquela afirmação, não entendeu o por que, mas não conseguiu evitar corar.
“Mas o que houve com a Setsuna-senpai nesses dias?”




Enquanto isso, Konoka Konoe estava sentada no chão bem no meio da sala do clube de artes esotéricas. Estava tentando esvaziar a mente para a realização de alguma magia, porém a imagem de Setsuna-p não parava de lhe ocorrer de minuto em minuto. Droga! Por que tinha se deixado levar daquela maneira?! A culpa a havia remoído a noite inteira, não a deixando dormir e nem a deixando sentir sono durante o dia. Como podia ser tão... estúpida! Sim! Essa era a palavra que a melhor definia naquela situação: estúpida! Estava traindo sordidamente os sentimentos da espadachim que tanto amava e não fazia nada para parar com isso! Argh... Setsuna podia muito bem se castigar chamando-se de “monstro”, mas a quase-maga tinha certeza que ela não era capaz de cometer tamanha atrocidade como aquela.
Bom, mas talvez não estivesse tudo assim tão perdido! Ainda podia por um ponto final naquilo tudo antes da volta de Setsuna. Ainda tinha dois dias para isso, já que estava na tarde do quinto dia sem a guarda-costas. Como o tempo se arrastara desde o dia da partida desta! Konoka sentia como se tivesse vivido mais de um ano desde que seu anjo se fora a trabalho, estava exausta e triste, mas ainda havia alguma determinação para tentar consertar as coisas. Já havia conseguido algum progresso, afinal, conseguira expulsar Setsuna-P da sala do clube pra ficar sozinha, a shikigami não conseguira passar por cima de suas vontades para satisfazer seus... próprios interesses. Isso era mesmo uma pequena vitória a se comemorar!
“Ara Konoka! Concentre-se!” disse a si mesma em pensamento, tirando os devaneios de foco.
Concentrou-se, fez um silencio audível na sala. Não era um silencio comum, era como se tivesse sido retirado todo o som dali. Konoka fechou os olhos e começou a tentar expandir sua percepção. Estava tentando fazer uma magia de telepatia. Estava na verdade tentando se comunicar de alguma maneira com Setsuna, mas isso era quase impossível. Estava muito distante e ela não tinha preparo o suficiente para conseguir contato em um lugar tão longe, não conseguia nem ao menos estender sua percepção mágica por toda Mahora! Mas isso não impedia a quase-maga de tentar, afinal já havia conseguido superar muitas barreiras no caminho da magia nos últimos meses sem que nenhuma das pessoas próximas a ela percebessem.
“Set-chan...” emitia a garota através dos pensamentos com uma força de vontade imensa pra tentar completar a ligação com algum lugar próximo a Kioto. “Set-chan.... volta logo.”.
De repente a quase-maga sentiu algo muito forte. Uma dor, mas não uma dor física, mas sim um sentimento terrível, como a angustia de se sentir o mundo desmoronar. O que era aquilo?! Konoka abriu os olhos ofegante. Seria a sensação... os sentimentos de Setsuna?! Mas... haveria conseguido mesmo chegar até o coração de sua espadachim mesmo ela estando tão longe?
Com ainda mais empenho que antes, a garota de longos cabelos chocolate fechou os olhos e procurou novamente aquele sentimento no vácuo dentro de si. Conseguiu localiza-lo a sentir o quanto era forte. Haviam palavras! Mas não conseguia escutar o que diziam. Konoka forçou ainda mais a mente fazendo suas têmporas pulsarem no esforço. Era uma voz feminina, mas turva como se a pessoa que as ouvisse não conseguisse ordenar o que havia recebido. Por algum tempo continuou tentando decifrar aqueles sons até que eles ricochetearam e se tornaram claros e audíveis, por mais estranho que fosse ouvir algo dentro da mente de outra pessoa.
“Konoka Ojou-sama nunca vai poder ser sua, senpai”.
O coração da garota disparou. Aquela voz, aquelas palavras... não podia ser, mas tinha certeza que era e estava acontecendo em algum lugar muito distante dali. Aqueles eram mesmo os pensamentos de sua Set-chan! Konoka nem conseguia parar ver o quanto era incrível o fato de ter conseguido se ligar a mente de Setsuna a tantos quilômetros dali. Seus sentidos estavam todos voltados para os sentimentos que se modificavam e se tornavam ainda mais terríveis. A maga branca recebia os sentimentos de dor e confusão que ali estavam, havia muito sofrimento e havia uma certeza crescente: as palavras que ouvira eram verdadeiras.
“Não!” Konoka não podia permitir que Setsuna concluísse aquilo! Será que simplesmente desistiria delas?! Ela forçou ainda mais os pensamentos, não se importou com os avisos que lera nos livros de magia branca sobre os riscos de tanto esforço na comunicação telepática. Tudo o que importava era impedir que o pior acontecesse.
- Não me deixe Set-chan! – exclamou a garota às paredes do clube batendo com os punhos no chão. O elo foi desfeito e Konoka sentiu-se de volta ao clube de artes esotéricas. Sua respiração estava dolorida e ruidosa. Ela abriu os olhos e sentiu náuseas incrivelmente fortes junto com uma dor aguda na cabeça. Deitou-se no chão com o peito para cima para tentar respirar. Havia perdido a ligação que tivera com Setsuna no momento anterior... será que havia perdido a espadachim também? A dúvida formigava no seu peito enquanto ela tentava recuperar a noção de espaço-tempo. Sentia-se realmente cansada agora, havia empenhado todo o poder que conseguia manipular naquele contato e agora não sabia se teria forças para sequer sair dali:
- Konoka? – ouviu-se uma voz junto com batidas na porta da sala. Konoka olhou para esta ainda deitada.
- Asuna? – perguntou de volta com a voz cortada pela vontade de chorar que também sentia.
- O que houve Konoka? Você tá bem?! – perguntou a voz sobressaltada de Asuna ao perceber o tom estranho na voz da amiga. Konoka sentiu um pouco melhor só por perceber que a amiga estava ali e se preocupava com ela, e principalmente, sentiu-se melhor por ter certeza que conseguiria livrar-se de Setsuna-P pelo resto do dia agora que Asuna estava ali para buscá-la.
Levantou-se sentindo as pernas tremerem, havia sido mesmo a experiência mais forte que já tivera desde que começara a usar a sala do clube de artes esotéricas como sala de treino. Enxugou as lágrimas que haviam conseguido cair pelo seu rosto e foi até a porta, abrindo-a:
- Você ta bem garota? – perguntou a ruiva vendo a expressão nada saudável no rosto da amiga, estava com um tom ligeiramente acinzentado na pele, colocando uma das mãos sobre o ombro desta.
- Não foi nada Asuna. Só estou um pouco cansada. – respondeu Konoka tentando sorrir, sem sucesso.
- Tem certeza? – a baka ranger pareceu não acreditar muito na desculpa. – Hum... vamos, então?
- Ta. – foi tudo o que Konoka conseguiu responder e as duas garotas começaram a caminhar de volta para a república estudantil. Asuna ainda desconfiava, mas preferiu deixar a amiga nos próprios pensamentos. Konoka por sua vez, não conseguia deixar de pensar que não sabia se realmente Setsuna pudera ou não ouvi-la. E se não? E se a tivesse perdido para sempre?! Agora mesmo era que Konoka sentia que devia por um ponto final na história escabrosa que estava “deixando acontecer” entre ela e Setsuna-P. Tinha que se ver logo livre de pelo menos uma das coisas que agora a atormentava. Logo.



- O que houve Ojou-sama? Por que me chamou aqui?
Setsuna-P observava a bela paisagem da república estudantil que se podia ver do terraço onde agora estava apenas com Konoka. Trajava um casaco de time com uma letra “Y” gravada em roxo. Tinha uma leve expressão de curiosidade misturada com um sorrisinho malicioso, talvez por estar a sós em um belo lugar como aquele com Konoka, e mais: tendo sida chamada lá pela mesma. Quem sabe sua misteriosa mente já estivesse formulando teorias ou armadilhas astutas para a jovem Konoe.
Já Konoka observava a paisagem até ensolarada para um dia do meio de novembro enquanto colocava os pensamentos em ordem. Estava ali para por um fim naquela situação mais que desconfortável na qual se deixara pôr. Já era a tarde do sexto dia sem sua Set-chan e ainda não tinha tido coragem para falar a sério com a pseudo-espadachim. Tinha que fazer isso logo, pois em breve sua “(eu espero que ainda) quase alguma coisa” estaria chegando e ela não conseguiria encara-la se não resolvesse aquela situação. Pensando bem: será que ela realmente voltaria?
A quase-maga estava tão absorta em seus pensamentos com os olhos nas árvores ao longe que nem ouviu a pergunta da “garota”. Setsuna-P aproveitou-se de sua distração para aproximar-se pelas suas costas discretamente. Sorriu de lado antes de sussurrar próximo da orelha esquerda da garota:
- Algo errado Ojou-sama? – Konoka sobressaltou-se e fez menção de afastar-se da outra, mas Setsuna-P segurou-a pela cintura fazendo-as ficar de frente uma para a outra, com os rostos a dez centímetros do outro.
- Ah... – a garota quase se esqueceu do objetivo de estar ali diante do olhar penetrante da pseudo-garota, mas conseguiu recuperar os pensamentos antes que esta tomasse alguma outra iniciativa. – Preciso falar muito sério com você, Setsuna-P. – disse se desvencilhando dos braços firmes da outra. Setsuna-P ergue uma sobrancelha, não parecia realmente surpresa, parecia mais irônica do que qualquer outra coisa na verdade.
- E do que se trata Ojou-sama? –perguntou deixando o tom de deboche transparecer. Konoka sentiu-se desafiada.
- Não podemos continuar com essas coisas Setsuna-P. – disse ela sendo o mais direta e objetiva o possível. O sorriso da outra se alargou um pouco mais enquanto esta diminuía novamente o espaço entre as duas.
- Está falando de que exatamente Ojou-sama? – perguntou com um tom de falsa inocência já segurando os cotovelos de Konoka com as mãos.
- Estou falando exatamente disso! – afirmou Konoka tentando soltar-se, mas Setsuna-P era mais forte e conseguia impedi-la mesmo sem fazer força.
- Ué? Vai me dizer que não está satisfeita com meus serviços Ojou-sama...
- Não é isso... – Konoka argumentou enquanto Setsuna-P segurava-a pela nuca forçando a se aproximarem, seu coração começou a disparar novamente. – Isso... não é certo...
- Ora, Ojou-sama... – Setsuna-P demonstrava a cada centímetro vencido que parecia saber muito bem como vencer a vontade de Konoka. – Vai me dizer que não gosta desses lábios, dessa voz, desse corpo...
- E.... eu... isso... não está certo... Setsuna-P... – Konoka tentou resistir ao máximo, mas não pode evitar ter os lábios tocados por Setsuna-P. Não conseguiu evitar ter sua boca completamente tomada pela da pseudo-espadachim. Sim, ela gostava mesmo daqueles lábios, daquela boca, mas não era Setsuna! Não podia usar-se desse artifício tão... deplorável só porque queria verdadeiramente poder ter os lábios de Setsuna! Então por que raios não saía daqueles beijos? Por que ainda por cima os retribuía com a mesma vontade que os recebia?! Por que?!
Konoka estava em um mar de sentimentos a pensamentos confusos nos braços de Setsuna-P. A própria parecia perdida enquanto provava a boca de sua protegida como se necessitasse dela como se necessita de ar. Ambas estávamos inconscientes de qualquer coisa além de si próprias e seus beijos ardentes, inconscientes demais para ouvir uma voz atrás delas, uma voz que rapidamente foi silenciada:
- Mas que bicho te mordeu ga...
Tudo o que Konoka percebia eram os braços de Setsuna-P em sua cintura e suas costas e sua língua explorando sua boca. Estava submersa demais para perceber a presença de um ki bem familiar logo à entrada do terraço, mais ainda para olhar para as figuras de Asuna e Setsuna paralisadas observando a cena.
Mas era exatamente aquilo.



segunda-feira, 3 de dezembro de 2007
Posted by Se-chan

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