Posted by : LKMazaki segunda-feira, 13 de abril de 2015

Olá a todos!

Chegamos à finaleira de Yurikuma Arashi, a nossa já adorada Tempestade das Lesbo-ursas! Já faz quase duas semanas desde a exibição original deste episódio, mas nunca é tarde o bastante para tecer comentários e enlouquecer com o que foi mostrado. Claro que eu já assisti o episódio (e toda a série, na verdade!) milhares de vezes antes de fazer este post.

Vamos aos fatos e, mais do que NUNCA, surtos e comentários a respeito deste antológico final de série!

#12: Tempestade dos Ursos-Lírio

Ok, começamos retomando a cena final do episódio anterior. Ginko abraçada ao corpo de Lulu. Oki apontando sua arma para esta e debochando do seu sofrimento. A narração com a voz de Lulu, repetindo o mantra que iniciou a maioria dos episódios da série. O amanhecer e a declaração final de Lulu, de agradecimento e amor à Ginko e Kureha.



(OMG, esse comecinho já foi de cortar o coração, não? Essas palavras de amor da Lulu foram. . . Aff, em frente.)

Corte para o logo de Yurikuma Arashi, mas não temos a abertura depois disso. (Não, estamos no episódio final, o clima está tenso demais para nos distrairmos com musiquinhas). O dia amanheceu com seus sons costumeiros e o alarme de ursos ainda não foi retirado. (Amanheceu?! Eu já tava achando que iam acabar com tudo ali mesmo?! Como assim amanheceu?!).

Então somos apresentados ao panorama cruel: Ginko, algemada sobre uma ponte sobre o alto do terraço. O corpo da KMTG (ou Tempestade Invisível, dá na mesma) a postos, incluindo a arma eco-kumagical. Kureha amarrada, cercada.



Oki então começa a reger o Ritual da Exclusão, proferindo seu discurso muito bem ensaiado de pessoa Invisível. Temos mais uma seleção do mal, com o óbvio resultado. (Não é incrível como essa filosofia de vida de ser invisível é levada tão à sério que seus membros precisam cumprir ritos, como uma verdadeira seita? Se pararmos para pensar, é exatamente isso que as pessoas sempre fazem. Nós humanos somos facilmente levados para esse lado subserviente e quase religioso, provavelmente por culpa dos instintos mais antigos que carregamos no nosso código genético).

(Aliás, uma nota que gostaria de deixar aqui é que não concordei muito com a tradução em português da série ter usado o termo Demônio ao invés de Mal. Sei que é uma nerdisse do caramba da minha parte, mas fica o toque: Verificando no dicionário é possível ver que o kanji [aku] sozinho tem como significado "mal, imoralidade, infração", diferente de 悪魔 [akuma], que aí sim significado Demônio. No anime é possível ver claramente que é o primeiro Kanji o utilizado. [dados retirados do MICHAELLIS, Dicionário japonês-português, 1ª edição, 6º impressão - página 7].)

Com a seleção feita, a arma de energia megakuma é iniciada e apontada diretamente para Ginko. Oki está vibrante em evaporar a existência do urso (Ginko), mas Kureha tenta interferir. Ela argumenta que o verdadeiro Mal daquela situação é ela, e não Ginko, e por isso a punição devia cair sobre si. Oki então ri e explica a Kureha que aquela é sim a sua punição: ela irá ver sua preciosa amiga ser destruída diante dos seus olhos sem poder fazer nada.



(Oh, Kureha, você é mesmo um amor! Tentando impedir que façam mal à Ginko se oferecendo para ser vitimada~)

Porém dessa vez quem intervem é a própria Ginko (que aliás está com sua expressão escondida pelos cabelos desde o começo da sequência). Ginko diz que Kureha não é sua amiga, mas sim sua presa. Ela enfatiza isso e tenta manter um olhar firme para isto.



(Ow, agora é a vez da Ginko de tentar proteger a Kureha?! Isso não é fofo demais?! Estou morrendo já com tanto amor!)

Oki faz menção de rebater, mas antes disso quem fala é Kureha. Esta diz que Ginko está mentindo e se levanta. (Eita nois!) Kureha questiona Ginko, que tenta rebater e reafirmar que esta ali apenas para devorá-la, porém sua expressão corporal e facial falha em manter-se firme naquela atitude com facilidade. Kureha continua a questioná-la sobre vários pontos, como tê-la protegido contra a Tempestade, mas Ginko diz apenas que uma garota excluída é muito mais saborosa do que uma garota invisível.




(OMG, que DR é essa em meio a uma situação tão crítica?! Meu coração não vai aguentar isso!)

Ginko termina por revelar sua forma como urso, numa tentativa desesperada de reafirmar sua farsa. Nesse momento as garotas da KMTG apontam suas armas para o "monstro" e o mantra de "Excluir! Excluir!" começa a soar cada vez mais alto (o mesmo da cena do passado, quando Kureha foi atacada por simplesmente acreditar que ursos e humanos poderiam viver em paz).


E então Kureha fecha os olhos e afirma a si mesma: Sim, agora eu lembro de tudo. (Woa! Lembra de tudo o que, Kureha?!)



Flashback. A cena da exclusão que Kureha sofreu quando pequena volta. Vemos então a pequena Kureha caída e Ginko vem e lambe um dos machucados sobre seu rosto. PORÉM, diferente da lembrança anterior, na visão de Ginko, dessa vez vemos Kureha despertando e acarinhando a pequena Ginko, enquanto se questiona o porquê de toda aquela crueldade. Nós vemos então que, assim como a ursinha fizera em suas memórias, Kureha também pediu ajuda à Kumaria, naquele momento de desespero.



No presente, Kureha então diz que quem desejou o Beijo Prometido, na verdade, foi ela. E nesse momento, o seu telefone toca. É um chamado do Muro da Segregação.



A ação então se divide em dois planos, o físico e o metafísico, como é o de costume quando chegamos às partes do Julgamento (como na altura deste post eu já revi a série quase inteira algumas vezes, consigo perceber melhor algumas coisas que vão ter que ficar pra uma análise futura. . . Enfim, continuando). Kureha desce pela escadaria que leva à Côrte da Segregação, enquanto as palavras de Life Sexy e seu desafio se fazem ouvir. A voz de Lulu então repete a conversa que ela e Kureha tiveram durante à fuga de outrora. A ursinha explicara sobre a regra da Côrte e criara sua teoria de que Ginko abrira mão do amor de Kureha para poder tornar-se humana.

Kureha porém reflete e diz às suas lembranças daquela conversa que Lulu estava enganada. Pois, na realidade, quem havia dado suas lembranças em troca de um desejo não fora Ginko, mas sim ela própria.

(Agora me enrolou esse enredo. A Ginko perdeu o amor, mas a Kureha também perdeu e. . . Caramba, quem perdeu que parte do que nessa história?)

Então vemos o Julgamento que a pequena Kureha participou, anos atrás. Life Sexy pergunta o que a pequena tem a pedir. Kureha, em toda a sua inocência de criança diz que quer ficar ao lado de Ginko para sempre e por isso pede que eles façam de Ginko uma garota humana (Oh, o mesmo pedido!).



Life Cool interfere e diz que a acusada está cometendo o pecado da Soberba (em inglês a palavra ficou como Pride, que significa tanto orgulho quanto soberba e em japonês está Kouman, que também tem significado tanto orgulho como soberba, MAS como a lista de pecados capitais normalmente referencial o pecado como Soberba, escolhi essa palavra, diferente da tradução brasileira). Mas, apesar desse pecado, Life Sexy diz que Kureha será atendida, com a condição de ela esquecer Ginko completamente. Em resumo, as mesmas condições dadas à Ginko, sem inverter nada (o que me pareceu bem estranho. Vai ver ele pensou dessa maneira para encaixar com o julgamento da Ginko. . .).

A Kureha do presente assiste aquela lembrança até então perdida e diz que naquele dia fez um desejo que não deveria. Ela diz que foi tola, acreditando que seu amor egoísta era verdadeiro. (ESSE é um ponto que vamos comentar no final dessa bagaça!). E então, depois desse julgamento do passado, nós vemos o presente: Kureha mais uma vez diante da Côrte da Segregação.



(Metade do episódio! As coisas estão só começando a ficar muito, MUITO insanas! Vamos em frente!)

Life Sexy pergunta à Kureha se ela irá admitir seu pecado. Kureha então admite sem hesitar, que no passado cometeu o pecado da Soberba. Então Sexy pergunta algo que pode nos parecer estranho a um primeiro momento, mas que já apareceu na trama antes e talvez nem tenhamos nos dado conta (eu não me dei conta até rever o começo do anime!): Você encontrou o que desejava dentro da Tempestade Invisível?



Então Kureha diz que sim. As lembranças de Sumika voltam e Kureha diz que encontrou uma garota que lhe ensinou o que ela desejava saber: o Amor Verdadeiro (Amor Egoísta x Amor Verdadeiro). As algemas que prendiam Kureha se desfazem e isso se reflete no mundo real, onde as algemas reais sobre os pulsos da jovem quebram sozinhas e vão ao chão.



Kureha, no mundo físico, diz que não ter mais medo. Ela repete para si o mantra de não esquecer do amor e não desistir do amor. E diz que irá pular na Tempestade sem temer. As garotas da KMTG ficam sem ação diante daquelas palavras poderosas.



Nossa protagonista então, com sua determinação completamente renovada, olha para Ginko e começa a caminhar na sua direção. Ginko, por sua vez, fica desesperada, e tenta falar qualquer coisa possível para deter aquela ação de Kureha (Tão fofiiiiiiiiiiiinha, desesperada e desajeitada desse jeito, Ginko~). Porém nada é capaz de deter Kureha daquele momento em diante. Uchiko (a garota que está no computador manipulando a arma) e a cyber-Konomi também parecem chocadas com aquela atitude à ponto de parar suas ações.







Kureha então chega até Ginko e se abaixa, com um sorriso, e diz "Finalmente te encontrei". Ela coloca então o pingente de estrela na ursinha. Ao fundo podemos ouvir a canção "Ave Maria" começando a soar. Kureha então se levanta e uma luz recai sobre as duas. A garota humana então grita à Kumaria que tem um pedido.




(Hora de cair na loucuuuuuuraaaaa!!!)

Dezenas, centenas de pilares de luz se erguem do chão para o alto e fragmentos de estrela também começam a subir. Os três Lifes assistem aquilo e Cool, surpreso, afirma "Kumaria-sama!". Beauty diz que ela está voltando à sua forma. Sexy então afirma que chegou a hora de eles três partirem, retornarem à Kumaria. Eles então se tornam fragmentos e se reuném a todos os outros. Podemos ver que o céu do mundo inteiro é coberto pelas luzes que estão se reunindo. Humanos e ursos estão sendo testemunhas daquele momento milagroso.




E então surge: Kumaria, a Estrela do Amor.



Ela então desce sobre Kureha (note-se que isso é no plano metafísico, ok? Afinal não tem ninguém além da Kureha neste momento da cena). A forma assumida por Kumaria não é ninguém menos do que Sumika, que lhe faz a pergunta esperada: O seu amor é verdadeiro? Kureha afirma que sim e então, diante do espelho que divide a Porta da Amizade, ela aponta para si mesma. E, naquele momento apoteótico em que vai "quebrar a si mesma" (QUEBRE A CASCA DO MUNDO!) ela faz seu pedido:







"Kumaria, me transforme em urso, por favor!"

E Kumaria aprova aquele desejo.

No mundo físico, milhares de estrelas estão caindo devagar sobre a terra. Kureha parece ligeiramente fora de si (também pudera!). No momento seguinte as estrelas são lírios e as garotas invisíveis estão completamente atordoadas com aquele acontecimento bizarro. Oki está chocada, mas algo lhe deixa ainda mais atordoada ao olhar na direção de Kureha




A transformação que esta sofreu.




Ginko também parece chocada quando vê. Então nós também vislumbramos pela primeira vez a forma (metafísica) de urso de Kureha. Kureha chega até Ginko, lhe agradecendo por não ter desistido do amor. E então, sem mais delongas, Kureha entrega o seu Beijo Prometido.






(Meu coraçãããããããoooooooo!!! AAAHHHHHH, eu urrei quando vi o primeiro print disso, eu urrei a primeira vez que vi isso, eu vou urrar TODAS AS VEZES QUE VER ESSE BEIJOOOOOOO!!! YEEEEEESSSSSSSSSSSS!!!!!!!!!!!!!!!! YES YES YEEEESSSSSSSSSS!!!!!!!!!)

(Ufa, respira, respira. . . . Ok. . . . Vamos continuar!)

Temos então a transformação literal de Kureha em urso. Depois disso, todos aqueles muros segregadores da cidade ganham nova cor e símbolos muito parecidos com os da Porta da Amizade surgem e começam a mover-se sem parar, em ciclos infinitos.

As garotas invisíveis estão em estado de choque com aquela transformação. Oki parece completamente repugnada com aquela visão. Uchiko e Konomi são as únicas do bando que parecem muito mais emocionadas e tocadas com aquele acontecimento do que qualquer coisa.




Oki, vendo a determinação das garotas diminuir as ordena. Todas apontam suas armas, trêmulas, para as duas ursinhas (que estão com as carinhas mais fofinhas do universo, felizinhas assim~~~~~~~). A tensão vai crescendo enquanto Oki forma suas palavras de ordem (apesar de não ser capaz de abrir os olhos), as armas estão apontadas e os símbolos da Amizade giram cada vez mais rápido.

Oki então grita. A porta forma o símbolo "Yurikuma". As armas são disparadas e as pétalas de lírios voam. E tudo desaparece.






Algum tempo se passa. A cidade volta ao seu barulho de sempre. Não existem mais alertas de ursos ativados. Em Arashigaoka está havendo um discurso de Oki, falando sobre o sucesso que tiveram em excluir o Mal. Dali então é iniciado mais um rito de escola do Mal seguinte a ser perseguido e excluído.




Em meio à platéia, porém, a imagem dos lírios e pássaros não incide sobre uma pessoa. Uchiko. E é através de suas memórias que vemos o que aconteceu na cena derradeira.

Oki grita. O símbolo "Yukikuma" surge e a porta se abre. Os disparos são feitos. Porém, quando Uchiko abre os olhos, a visão que tem diante de si é inacreditável: Kureha e Ginko (em sua forma metafísica, lembrem-se sempre) aos pés de uma escadaria que leva à Kumaria, que leva aos céus. Ela fica fascinada com aquilo e nós podemos ouvir o som dos primeiros passos das duas amantes em direção ao alto antes que a lembrança desapareça.




De volta ao presente, Uchiko não é mais capaz de permanecer no salão. Ela levanta e sai dali. Em outra parte, diante da Porta da Amizade, agora lacrada, estão as gavetas do antigo escritório de Yuriika, jogadas. Podemos ouvir um choro baixinho, triste e logo vemos que se trata de Konomi, em sua forma semi-robótica, que está atirada em uma das caixas como uma coisa defeituosa a ser esquecida. 


Uchiko então se aproxima, até chegar ao lado da caixa onde seu olhar e o de Konomi se encontram. Algo completamente novo nasce naquele momento para ambas. A ex-invisível Uchiko então sorri e diz "Eu te encontrei". E as duas trocam o abraço que sela o seu novo Destino dali em diante.





E. . . FIM, só que com muitas coisas durante os créditos para se comentar! E tudo isso embalado à "Ano Mori de Matteru".

Primeiro temos a cena que mais regojizou nossos corações: O reencontro de Lulu e Mirun, no "Lugar onde o Amor se torna beijos" (que nome. . .). Lulu termina de ler a história da Garota da Lua e Garota da Floresta para o irmão e este fica curioso sobre o que teria acontecido depois daquele fim. Eles não conseguem chegar a nenhuma hipótese, mas o pequeno diz ter percebido uma coisa muito importante. Ele então dá o seu Beijo Prometido à irmã e diz que teria sido mais simples assim. Lulu então diz que eles estarão juntos para sempre. Mirun declara seu inocente e Verdadeiro amor à irmã mais uma vez. Essa cena termina com o agradecimento de Lulu.



Então, nós subimos aos céus, muito além da terra ou de qualquer lugar. Em um local onde Lua e Floresta estão ligados. Enquanto Kureha e Ginko caminham ao encontro uma da outra mais uma vez, Kumaria diz que ninguém sabe o que acoteceu com elas, mas que isso estava bom daquela maneira.


Afinal, o mundo delas começou naquele amor.



E, por fim, Kureha e Ginko se encontram mais uma vez, entre a Terra e o Céu, entre a Lua e a Floresta, e trocam um Beijo.



*FIM*

Episódio 12 - Comentários finais

Palmas! Palmas! Vamos aplaudir em pé hoje, ontem, amanhã e sempre! Que maravilha de história! Que maravilha de final! Que poesia! Que sentimento! IKUHARAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA!!!!

Ok, nada disso seria possível só com o Ikuhara. Todas as pessoas envolvidas nesse projeto foram essenciais para chegar a este lindo, maravilhoso e inesquecível resultado final.

Bravo! Bravo! Não importa quantas vezes eu veja esse episódio, continua parecendo perfeito!

(Respira, respira. . . É muita emoção. . . Bom, vamos lá.)

Agora vamos tecer alguns comentários finais. Começando por um elemento muito importante.

Yurikuma Arashi tem várias camadas de enredo. Desde a mais superficial, onde garotas-urso tentam começar humanas, passando pela jogada de realidade pesada do que é a exclusão social de quem não quer seguir as "normas" sociais, aí fazendo alusão não só à homofobia, como também a qualquer forma de exclusão. Passando também pela crítica ao próprio lugar-comum que a sociedade japonesa atribui ao yuri, ao romance entre mulheres, como algo passageiro e platônico para ser vivido durante a adolescência, sem em nada afetar o fato de que essas mulheres irão crescer e se casar e tornar-se boas esposas.

Porém, tem uma camada, dentro de todas essas que eu gostaria de falar um pouco neste texto que é a da dialética "Amor Egoísta x Amor Verdadeiro". Essa série fala, através dos três amores apresentados no enredo ( Kureha x Ginko, Lulu x Miron e Yuriika x Reia) dessa dialética.

Começando por Lulu, que era completamente egoísta em seu amor pelo irmão, ao ponto de simplesmente desejar tirá-lo do caminho para voltar a ser cultuada pelo seu povo. Por ser um amor egoísta ele só lhe gerou angústia que culminou com a morte do irmão. E foi apenas através da morte de Mirun que Lulu, anos depois, descobriu o significado do Amor Verdadeiro, mesmo que fosse tarde demais para realizá-lo. Esse amor verdadeiro é provado quando, no final nós temos o reencontro dos irmãos, mesmo em um plano diferente da realidade. (Por favor, nós sabemos que eles morreram, mas vamos ser menos "cabeça invisível" e entender que a morte não foi o fim para eles, ok?)

Depois temos um exemplo do Amor que foi egoísta e fracasso até o final: Yuriika e Reia. Pelos flashbacks nós podemos notar que Reia também amava Yuriika, mas de uma maneira diferente. Talvez seja possível dizer que a diferença é que o amor de Reia era fraternal enquanto o de Yuriika era romântico, mas eu, particularmente, prefiro pensar que Reia não era capaz de retribuir um Amor Egoísta e controlador como o de Yuriika e por isso seu amor inteiro foi para a filha, Kureha. Yuriika não foi capaz de perceber seus erros e apenas continuou pecando até seu derradeiro final.

No caso das protagonistas, Kureha e Ginko, nós temos um caso onde o amor começou egoísta e conseguiu tornar-se verdadeiro antes de um final irreversível. Kureha era egoísta e isso ficou bem claro na primeira metade desse episódio final, porém, quando ela foi envolvida pela Tempestade Invisível ela acabou achando quem lhe ensinasse o que é o amor verdadeiro: Sumika. E assim ela foi capaz de fazer um pedido que fosse verdadeiramente aceito. Ao invés de tentar mudar o outro para torná-lo igual a si, quem ama verdadeiramente muda a si mesmo para ficar eternamente ao lado de quem ama. (Que mensagem! Que mensagem linda!)

Agora, falando em Sumika, vamos puxar o gancho para a cena que deixou muita gente perplexa e que, sinceramente, eu não entendi o porquê.


Kumaria apareceu para Kureha na forma de Sumika. As pessoas ficaram loucas com isso. "OMG, a namoradinha morta no primeiro episódio era uma deusa!". Mas acredito que devêssemos pensar nessa imagem da Estrela do Amor, Kumaria, mais como um simbolismo. Sumika era a representação máxima do Amor Verdadeiro para Kureha então é bastante possível que Kumaria tenha assumido essa forma, de Sumika, justamente por esse simbolismo que a garota tinha para a nossa protagonista.

Ok, mas é mais fácil entender que ela era uma deusa. Mas não sejamos tão simplórios assim em nossas definições né.

Agora, aproveitando essa sobre definições simples ou não-simples, vamos falar rapidinho sobre a parte final do episódio: O que de fato aconteceu no terraço?

Visão dos Invisíveis x Visão dos Excluídos

Na visão dos Invisíveis Ginko e Kureha simplesmente foram mortas ali e tudo voltou à paz de sempre. Porém a visão dos Excluídos é capaz de nos mostrar as coisas de outra maneira. E nós podemos voltar até o quarto episódio e relembrar as palavras que Mirun disse que ouvia todas as noites nas histórias antes de dormir:

"O Amor Verdadeiro sobe aos céus e se torna uma estrela" (sim, ele disso isso! Revejam o quarto episódio se não lembram!)

E foi exatamente isso que Uchiko e Konomi viram daquele momento. Quando as invisíveis atiraram e o sistema formou o logo "Yurikuma". Ao invés de ver a morte de Ginko e Kureha, elas viram as duas ascendendo, na direção da figura de Kumaria. Depois, no final do episódio, nós vemos as duas amantes em um lugar entre o céu e a terra, juntas para todo o sempre.

"Tá, mas elas morreram mesmo assim, não?"

Eu, Mazaki, digo que não. Talvez seja influência do meu apreço pelo taoísmo, mas pra mim não é difícil compreender que morrer e ascender a um plano de existência superior são duas coisas diferentes, ainda que aparentem ser a mesma coisa para quem vê com olhos mudanos, do lado de fora.

E acredito que esse paradoxo fica bem explicitado no final da série também, quando os Invisíveis estão certos da sua vitória, enquanto aqueles que não são mais desse grupo, sabem que aquilo não passa de uma conversa fiada.

E, puxando essa deixa final, vamos falar um instantinho de Uchiko e Konomi. A história de Yurikuma Arashi termina com um novo começo, como um ciclo que se fecha para se repetir infinitamente. Uchiko, que era apenas uma pessoa invisível, se torna incapaz de concordar com a forma de pensar e ver da Tempestade. Ela então acaba encontrando a cyber-Konomi, abandonada como uma arma defeituosa. Suas palavras finais não poderiam ser outras do que "Eu te encontrei". Provavelmente elas serão as próximas vítimas da Tempestade Invisível, mas isso não importa muito. O importante é que elas nunca mais poderão ser consideradas garotas Invisíveis. (Achei tão fofo elas abraçadas no finaaalllll~~~~)

E. . . Foi isso!


Yurikuma Arashi foi uma série fantástica, que começou jogando a típica estranheza de linguagem do diretor em destaque, mas que se modificou, se tornando mais transparente, mais profunda e complexa do que qualquer um poderia esperar ao ver o primeiro e segundo episódios.

Pessoalmente essa é uma das histórias que mais me fascinou e provavelmente ficará muito viva no meu pensamento por um longo tempo. Não que isso vá se tornar demérito para a outra grande obra do nosso mestre Bicha-Ikuhara-sensei, Shoujo Kakumei Utena, mas acredito que Yurikuma tenha um papel e finalidade bem distintos de Utena, ainda que a tramas tenham muita coisa em comum.

Essa não será a última vez em que irei falar de Yurikuma aqui no Kono-ai-Setsu. Muito pelo contrário. Tenho a intenção de fazer alguns artigos bastante profundos de análise dos elementos e personagens dessa série inesquecíveis. Também vamos falar da trilha sonora, da arte (e aproveitar para comentar mais da criatura maravilhosa que é Morishima Akiko).  Enfim, o fim da série é apenas o começo para a eternidade desse enredo poético e encantador.

Ainda tem o fato de que estou planejando umas coisitas aí, derivadas de Yurikuma, para depois que concluir o Entre Lírios. Mas isso é papo para outra hora. Qualquer coisa é só acompanhar meu tumblr (http://lkmazaki.tumblr.com), onde já tem algumas boas pistas do que estou bolando.

ENFIM

Foi uma grande honra e alegria acompanhar e comentar Yurikuma Arashi aqui no Kono-ai-Setsu. Foi um aprendizado tremendo pra mim, além de uma experiência única, ter que assistir e reassistir cada episódio com tanta calma e atenção.

Gostaria de agradecer imensamente a vocês, leitores do blog, que seguiram o anime e esses comentários. Espero que, de alguma forma, nosso esforço possa ter trazido algo de interessante e complementar à experiência de vocês enquanto expectadores dessa obra, desde já inesquecível, do nosso Bicha-sensei.

Falando do ponto de vista pessoal mais uma vez, preciso frisar neste encerramento que YKA já entrou para meu top pessoal de histórias de todos os tipos e mídias. É algo que me gerou sentimentos incríveis e que me inspirou com suas mensagens sobre amor, sociedade e superação.

O mangá de Yurikuma ainda está se desenvolvendo pelas hábeis mãos da nossa querida Morishima Akiko. Um pesar é que as traduções na internet estejam bastante atrasadas com relação ao original, mesmo em inglês. Como encomendei o primeiro volume compilado do japão, talvez consiga trazer algum comentário a respeito aqui pro blog. Essa obra está dando vários sinais de ser bem diferente do anime e, ainda assim, muito instigante. Vamos ver.

No mais, agradeço de novo a todos. E espero encontrá-los muito em breve aqui no Kono-ai-Setsu com mais Yurikuma, mas também com outros temas e obras. Esses foram os Comentários, surtos e teorias sobre Yurikuma Arashi.

Nunca desistam do seu amor!

One Response so far.

  1. Edwin Scott says:

    Finalmente terminei de assistir o Yuri Kuma Arashi e de acompanhar todos os seus posts desde o primeiro episodio. Parabéns pela análise! Foi nota 10! Mal posso esperar pelos próximos artigos. Faço questão de mencionar a sua análise no próximo post do Goki. É uma pena que nós e o AION dependamos dos scans americanos para traduzir os projetos.

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