Posted by : Unknown sábado, 14 de março de 2015

O que andei lendo, assistindo, jogando ou esteja acontecendo de interessante envolvendo o universo yuri. 
Acho que este é o meu primeiro post do ano aqui no KaS, certo? Mas é claro, meu coração não se aquentava mais de saudades, por isso antes tarde do que nunca. Com essa nova seção quero experimentar novas formas de blogar aqui no KaS. Faz um tempão que eu queria fazer isso aqui. Vamos ver se vai pra frente!
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Life is Strange
-Adventure game interativo, dividido em 5 episódios. O primeiro foi lançado em janeiro de 2015, e o segundo tem data marcado para agora dia 24 de Março. Faz o tipo Shoujo-Ai.
Foi há duas semanas, que vi um post com gifs de Life is Strange no facebook, com duas garotas se divertindo e com uma proximidade...que parecia evocar certa tensão sexual. Chame isso de “faro yuri” se quiser, mas o lance é que eu fiquei um pouco interessada, exatamente por essas razões. Uns dias depois, um amigo estava comentando sobre o jogo no twitter, e foi então que eu fui completamente tragada pela sua empolgação.

Na história, acompanhamos a introspectiva e calada Max Caulfield (Hannah Telle), que após testemunhar o assassinato de uma garota no banheiro feminino, vê o espaço-tempo se borrar e ela retornar para a sala de aula, antes do fatídico acontecimento. Ainda atordoada, ela percebe que por algum motivo desconhecido, ela retornou no tempo – e não apenas isto, ela consegue controla-lo. A partir de então, Max tenta consecutivamente salvar a garota de ser assassinada.
Jogar este primeiro episódio de Life is Strange foi uma experiência divertida e de descobertas. Como a narrativa se desdobra através do point-and-click com puzzles e informações escondidos, há muito a ser descoberto e explorado, não há outra forma de você se inteirar acerca daquele mundo e seus personagens que não seja assim, e ainda criar pano de fundo para futuros conflitos, afinal, há consequências para muitas das ações que o jogo disponibiliza. De certa forma se assemelha com uma visual novel, neste sentido. É uma história sobre segundas chances. Quantas vezes na vida você já não se pegou pensando que gostaria de ter uma oportunidade pra fazer tudo diferente? A questão é que, por mais que você saiba que cada experiência é importante para a formação do que você é – vezes ou outra este tipo de pensamento sempre vem a tona. Como em Life is Strange vemos a narrativa sob a perspectiva do jovem adulto [com personagens na faixa dos 18-19 anos], esta é uma ideia que se torna ainda mais forte. Por este motivo, seja qual for a escolha tomada, Max sempre irá sentir conflitos e dúvidas em relação a isto.

Enfim, uma pena que o primeiro episódio foi tão curtinho, feito basicamente como introdução – mas é apaixonante e encantador, especialmente pela delicadeza com que é tratada a relação de Max com sua amiga de infância, Chloe (Ashly Burch). Oh, sim, depois de salvar a misteriosa garota de assassinato, Max descobre que esta na verdade era a sua amiga de infância. Mas por que ela não a reconheceu? Há muitos conflitos envolvendo a relação das duas. Conflitos muito verdadeiros, que torna a relação delas algo que a gente queira abraçar. A Max tem esse jeito distante e indiferente, como uma barreira erguida entre ela e os outros. Aficionada por fotografias, ela mantém toda a sua dedicação e atenção a essa arte, enquanto mantém uma personalidade apagada e feições taciturnas, melancólicas, levando-a ser apelidada de “sad face”. Chloe se sente, com razão, irritada em relação ao tratamento que Max dá a ela, depois de tantos anos separadas. O que fica evidente, é que Max era tudo para Chloe, e esta ainda não superou a separação da amiga, durante a adolescência. Chloe faz o tipo tomboy, é aquela lésbica caricata; durona, machona, estilizada, a “sapatona”. Ela é uma personagem com a qual eu gostaria de andar. Sincera, espontânea e cativante, ela forte, mas também é delicada como uma xicara de porcelana. E como uma xicara de porcelana, parece prestes a se romper, mas apesar das rachaduras, demonstra muita resistência em se partir.  
Depois de perder sua companheira, Chloe está muito fragilizada. É quando Max entra em sua vida e tem a chance de mais uma vez fazer a diferença, mas... será que elas conseguirão superar o vale que se criou entre elas? Max vai conseguir se expressar sobre o que sente? Life is Strange não é explicitamente lésbico, mas também não é uma historia protagonizado por um casal hetero com algumas pitadas de fanservice gay. Tem toda uma tensão sexual que fica implícita, e algumas brincadeiras muitos comuns no universo lésbico ficcional que denunciam que há algo a mais, como o fato de se referirem às duas amigas como “amigas”. É hilário quando o padrasto de Chloe chega no quarto dela e vê a Max, e diz “ah. Mais uma dessas suas... ‘AMIGAS’, hein”. A cena no quarto delas, em que Chloe dança pra Max e depois elas discutem mais uma vez o passado, há tanta tensão romântica de algo não resolvido que grita silenciosamente entre elas, que o cheiro de borracha queimada pode se tornar tóxico.
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Otome Senshi Lovely 5!
-Mangá, 1 volume. Conteúdo erótico explicito, Borderline H, Sadomasoquismo. Yurizão. 
Numa academia católica só para garotas, um grupo de estudantes com trajes fetichistas e roupas descoladas defendem a liberdade [sexual], a independência e auto-realização, enquanto do lado das freiras, há quem considere isto abominável. Roupas são o pecado! Uma terrível ameaça que defende o nudismo como uma forma de viver na pureza e pretende acabar com o reinado das roupas imorais se aproxima cada vez mais intensamente. Enquanto isso, as personagens continuam suas vidas de pecado e fetiches sexuais.

“Eu gosto da ideia que normalmente garotas quietas, são enérgicas e safadas quando estão fazendo sexo. Ela coloca a personagem líder no chinelo.” – Jounouchi Nene, autora do mangá.
Esse mangá tem uns diálogos e cenas de sexo divertidamente trash. Se equilibrando numa linha muito tênue entre abuso e prazer. A própria autora demonstra estar se divertindo bastante com diversas fantasias e idealizações que, parecem coexistir na cabeça dela. Ela tem uma fixação com a libertinagem praticada num local santo e o envolvimento do nome santo e de figuras santas celestiais, que chegou a me deixar corada. Tipo "woaaahh, nessa fantasia ai eu não havia pensado ainda, mas é... bem... parece legal". Algo que os próprios comentários dela ao final de cada capítulo acabam entregando um pouco este seu lado mais “sujo”. Acontece que a própria lógica da história pode enganar, começando com uma tortura sexual depravada para depois mostrar que tudo era apenas um jogo sexual entre duas personagens. Há outra sequência hilária, que também segue uma lógica muito similar (abaixo).
acho que dessa vez serei demitida pela boss por postar esse tipo de imagem... 
Otome Senshi Lovely 5! É mais uma experiência descontraída do que algo para se levar a sério. As partes que envolvem sexo são um pouco exageradas e caricatas, mas devo ressaltar que a imaginação da autora é fabulosa e que sim, se a lógica de determinado ato sexual muitas vezes é levado para o lado mais escrachado para criar humor, há outras genuinamente provocantes de tão imaginativas. Teve uma ou outra página com ações que me deixaram um pouco atordoada, mas eu não vou dizer quais são! O que engraçado, pois na maior parte do tempo eu estava gargalhando a cada virada de página.

Ah, a arte da autora é bastante irregular, mas tem um charme bem próprio. E a própria história é bem barata e com diálogos cafonas. É curioso como algumas coisas conseguem divertir exatamente por aquilo que as degradam.
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Yurikuma Arashi
-episódio 9 do anime yuri do Ikuhara
Os Yuris negros estão de volta. E vocês sabem o que isto significa? LÚXURIA, DEPRAVAÇÃO, IMORALIDADE—quer dizer, na série eles são apenas um efeito estilístico para caracterizar Mitsuko Yurizono (Aoi Yuki) e seu poder magnético de influenciar os corações mais puros. Tem um diálogo em Otome Senshi Lovely 5!, que diz exatamente como é muito mais prazero e fácil manipular um alma pura – então talvez seja algum tropo de vilãs cartunescas e fantasias retorcidas do yuri mangá? Bem, a Yurizono é uma personagem que eu sou apaixonada, ela tem uma áurea de pecado que é genuína. Tão manipulativa quanto, ela é diferente de Yurika (Kikuko Inoue), que tem um poder de manipulação levemente maior e com mais maldades no currículo, no entanto, as vilanias de Yurika me soam como travessuras de uma criança. Tem algo de ingênuo em suas ações. Ela é como uma criança birrenta que não aprendeu a ouvir não. Acredito que Yurika permaneceu presa no mesmo tempo que comeu a sua “mãe”, e desde então ela só tem crescido fisicamente, mas ainda é como uma criança. Já Yurizono tem total consciência de suas ações, ela não as faz sob um pretexto fantasioso. Ela realmente se delicia com aquelas maldades.

São 50 tons de pecados capturados com maestria no frame acima, em câmera lenta, ventania e pétalas de lírios negros pelo ar. Agora, que eu já me expressei o quanto Yurizono me deixa hot, vai uma curiosidade: o lírio negro simboliza as mentiras, a morte e o mistério. O acho interessante é que apesar disto, ele não é relacionado a coisas fúnebres, mas sim elegantes e sensuais, sendo o oposto do que se entende pela natureza do lírio branco, de uma pureza e estado de espirito virginal. Yurizono é tudo de bão! (só não ganha da minha Lulu)
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Yuuki Yuuna wa Yuusha de Aru
-Anime mahou shoujo, 12 episódios. Completo. Dirigido por Seiji Kishi.
Essa semana terminei minha maratona extendida de Yuuki Yuuna, um anime que se não fosse a minha timeline do twitter e tumblr, eu não saberia que havia existido. De fato ele passou quase que despercebido, embora fosse um projeto original. O que eu posso dizer? Não gostei, mas também não odiei. Minha relação com o anime é mais de indiferença. As construções para evocar emoção no expectador bateram em mim como algo muito artificial e sem qualquer traço de sinceridade em momentos vitais. Provavelmente eu falarei dele mais detalhadamente em algum momento, mas por enquanto, o que vou dizer é que o que de mais positivo há em Yuuki Yuuna (Haruka Terui) aos meus olhos é a relação de amizade entre a personagem-título e sua melhor amiga de infância Mimori Togo (Suzuko Mimori). 

Yuuki é super enérgica e falante, enquanto Togo é mais tímida e com emoções que tendem ao lado mais obscuro – assim, elas constituem uma relação que é uma espécie de Yin e Yang. E é muito belo a dedicação de Yuuki à sua amiga desde a infância. Amiga esta que vive presa em cadeira de rodas. Foi uma experiência interessante acompanhar uma personagem cadeirante em um anime de mahou shoujo, seja através do dia-a-dia em atividades mundanas ou em ação como garota mágica. A forma como o conflito lhe abate em relação ao fato de ser cadeirante é também digno de nota, principalmente por ser algo que fica mais implícito. Isso faz com que suas lágrimas e drama realmente tenham uma força intrínseca.
Apesar dos movimentos limitados, Togo é inteligente, forte, independente. Isso faz com que sua amizade com Yuuki seja composto por sentimentos de apoio mais emocional do que práticos, não se diferenciando de qualquer outra amizade. Ou seja, Yuuki não é usada como uma muleta para Togo. Portanto, não se trata de uma amizade conflituosa, pelo contrário. É tão doce e natural que eu passei é a maior parte do tempo torcendo para que rolasse algo de concreto entre elas, ao invés de ficar apenas nas insinuações de “amizade”. Aliás, em relação a climinha de romance ou yuri delicous mel, Yuyuyu (como é conhecido) é um anime bem fraco, mesmo pra categoria “shouho-ai”/insinuações. Yuuki e Togo são um único casal em que se nota que há algo a mais por parte de ao menos uma delas. Quer dizer, ambas estão em total sintonia, mas é evidente que Togo tem plena consciência do que sente por Yuuki, enquanto esta ainda está naquele estágio de apenas sentir, mas não compreende plenamente. Mas sabemos que na hora de shippar isso não costuma ser relevante...  
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As traduções para Otome Senshi Lovely 5! você encontra no http://s2yuri.blogspot.com.br/
Também há tradução em português Br para Life is Strange.

@beta_blood

2 Responses so far.

  1. Hidekee says:

    Independente da sexualidade dela, Chloe é uma personagem que me agradou muito. Há quem não goste ela, mas eu adorei o jeitão dela. O legal é que Max sabe muito sobre a Chloe e é uma camada que a mesma não revela a qualquer uma. As melhores cenas foram aquelas cenas no farol... Tirar foto da Chloe sentada é algo foda.

    Sobre a Max, ela além de tudo que você falou, ela curte câmeras analógicas. Não sei se sabe, mas como namorei uma fotógrafa, sei que por muitos casos tem aqueles que rejeitam as analógicas, especialmente polaroids, eqto há quem adore justamente por fazer coisas que as digitais ainda não conseguem reproduzir com o filme de rolo, usado até hoje por alguns profissionais. Seria como vc estudar literatura e sofrer bullying por gostar de ler livros velhos eqto os outros lêm em tablets no formato digital ç.ç'

    Enfim, belo texto e como estou atrasado com Yurikuma, pulei este trecho. Já comentei sobre o mangá safado no twitter hahahaha...

  2. Anônimo says:

    Eu pensei que eu fosse a unica à ter notado o clima da Chloe com a Max kkkkkk acho que eu também tenho faro yuri kkkkk

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