Posted by : Se-chan segunda-feira, 3 de dezembro de 2007

CENA 15: A OUTRA SETSUNA – PARTE 3




- Você vai mesmo, Setsuna-senpai?! – perguntou Yunna Akashi emocionada.
Setsuna-P vinha atravessando os campos próximos a um dos prédios dos clubes culturais de Mahora, havia acabado de ser expulsa da sala do clube de artes esotéricas por Konoka e agora seguia em direção ao campus universitário quando encontrara com o quarteto esportista.
- O que? A Sakurazaki-san vai assistir ao seu jogo, Yunna? – perguntou Makie curiosa.
- Não sabia que você gostava de basquete, Sakurazaki-san. – comentou Akira com seu tom tranqüilo de sempre.
- Sim, eu na verdade aprecio muito o basquete. – disse Setsuna-P com um sorriso de lado. – Estou mesmo curiosa para saber se Yunna-chan joga mesmo tão bem... – disse olhando de lado para a jogadora.
- Você não vai se decepcionar, Setsuna-senpai! – prometeu Yunna erguendo o punho no ar.
- Você não quer ir assistir ao meu treino de ginástica um dia desses Sakurazaki-san? – perguntou Makie que andava convidando a todos que podia para exibir sua melhora significativa na ginástica. Setsuna-P olhou Makie de cima a baixo antes de responder. No que estaria reparando? Talvez nas curvas da garota que haviam se acentuado bastante no último ano, ou talvez...
- Pode ser... – respondeu enigmaticamente e Ako ergueu uma sobrancelha.
- O que está fazendo por aqui, Sakurazaki-san? – perguntou a enfermeira.
- Apenas deixando Konoka Ojou-sama no clube. – respondeu tentando ser impassível, mas Akira reparou num leve tom de irritação que não comentou.
- Ah... por acaso, Setsuna-senpai... – começou Yunna corando levemente.
- Hum?
- ... Você e a Konoka-san... vocês tem alguma coisa? – perguntou e as outras esportitas engasgaram. Claro que toda a turma tinha essa curiosidade, mas não haviam ainda chegado ao ponto de perguntar assim tão descaradamente para a espadachim. Setsuna-P ergueu uma sobrancelha em surpresa.
- Sabe... – disse baixo inclinando-se para Yunna que aproximou o ouvido para escutar. As outras três garotas ficaram ávidas de curiosidade, mas a pseudo-garota tomou cuidado para ser ouvida apenas pela jogadora. – Minha relação com Konoka Ojou-sama não me impede de conferir sua habilidade durante e depois do jogo amanhã...
- Q-Quê!? – Yunna surpreendeu-se e se afastou de Setsuna-P como se esta pudesse ter alguma doença contagiosa e as outras garotas ficaram ainda mais curiosas.
- Heim?! O que houve Yunna?! – perguntou Makie puxando a jogadora que estava muito corada.
- Você está bem Yunna? – perguntou Ako preocupada colocando a mão sobre a testa quente da garota de cabelos pretos amarrados. – Está com febre?
- Ah... – Yunna fintou o rosto impassível de Setsuna-P que olhava para frente enquanto caminhavam, parecia meio confusa com o que ouvira, mas logo percebeu que não poderia mesmo compartilhar com as amigas o motivo de tanto alvoroço. – Não foi nada... sério mesmo.
- Nada? – estranhou Akira nada convencida. Yunna pode observar um sorrisinho discreto surgir àquela afirmação, não entendeu o por que, mas não conseguiu evitar corar.
“Mas o que houve com a Setsuna-senpai nesses dias?”




Enquanto isso, Konoka Konoe estava sentada no chão bem no meio da sala do clube de artes esotéricas. Estava tentando esvaziar a mente para a realização de alguma magia, porém a imagem de Setsuna-p não parava de lhe ocorrer de minuto em minuto. Droga! Por que tinha se deixado levar daquela maneira?! A culpa a havia remoído a noite inteira, não a deixando dormir e nem a deixando sentir sono durante o dia. Como podia ser tão... estúpida! Sim! Essa era a palavra que a melhor definia naquela situação: estúpida! Estava traindo sordidamente os sentimentos da espadachim que tanto amava e não fazia nada para parar com isso! Argh... Setsuna podia muito bem se castigar chamando-se de “monstro”, mas a quase-maga tinha certeza que ela não era capaz de cometer tamanha atrocidade como aquela.
Bom, mas talvez não estivesse tudo assim tão perdido! Ainda podia por um ponto final naquilo tudo antes da volta de Setsuna. Ainda tinha dois dias para isso, já que estava na tarde do quinto dia sem a guarda-costas. Como o tempo se arrastara desde o dia da partida desta! Konoka sentia como se tivesse vivido mais de um ano desde que seu anjo se fora a trabalho, estava exausta e triste, mas ainda havia alguma determinação para tentar consertar as coisas. Já havia conseguido algum progresso, afinal, conseguira expulsar Setsuna-P da sala do clube pra ficar sozinha, a shikigami não conseguira passar por cima de suas vontades para satisfazer seus... próprios interesses. Isso era mesmo uma pequena vitória a se comemorar!
“Ara Konoka! Concentre-se!” disse a si mesma em pensamento, tirando os devaneios de foco.
Concentrou-se, fez um silencio audível na sala. Não era um silencio comum, era como se tivesse sido retirado todo o som dali. Konoka fechou os olhos e começou a tentar expandir sua percepção. Estava tentando fazer uma magia de telepatia. Estava na verdade tentando se comunicar de alguma maneira com Setsuna, mas isso era quase impossível. Estava muito distante e ela não tinha preparo o suficiente para conseguir contato em um lugar tão longe, não conseguia nem ao menos estender sua percepção mágica por toda Mahora! Mas isso não impedia a quase-maga de tentar, afinal já havia conseguido superar muitas barreiras no caminho da magia nos últimos meses sem que nenhuma das pessoas próximas a ela percebessem.
“Set-chan...” emitia a garota através dos pensamentos com uma força de vontade imensa pra tentar completar a ligação com algum lugar próximo a Kioto. “Set-chan.... volta logo.”.
De repente a quase-maga sentiu algo muito forte. Uma dor, mas não uma dor física, mas sim um sentimento terrível, como a angustia de se sentir o mundo desmoronar. O que era aquilo?! Konoka abriu os olhos ofegante. Seria a sensação... os sentimentos de Setsuna?! Mas... haveria conseguido mesmo chegar até o coração de sua espadachim mesmo ela estando tão longe?
Com ainda mais empenho que antes, a garota de longos cabelos chocolate fechou os olhos e procurou novamente aquele sentimento no vácuo dentro de si. Conseguiu localiza-lo a sentir o quanto era forte. Haviam palavras! Mas não conseguia escutar o que diziam. Konoka forçou ainda mais a mente fazendo suas têmporas pulsarem no esforço. Era uma voz feminina, mas turva como se a pessoa que as ouvisse não conseguisse ordenar o que havia recebido. Por algum tempo continuou tentando decifrar aqueles sons até que eles ricochetearam e se tornaram claros e audíveis, por mais estranho que fosse ouvir algo dentro da mente de outra pessoa.
“Konoka Ojou-sama nunca vai poder ser sua, senpai”.
O coração da garota disparou. Aquela voz, aquelas palavras... não podia ser, mas tinha certeza que era e estava acontecendo em algum lugar muito distante dali. Aqueles eram mesmo os pensamentos de sua Set-chan! Konoka nem conseguia parar ver o quanto era incrível o fato de ter conseguido se ligar a mente de Setsuna a tantos quilômetros dali. Seus sentidos estavam todos voltados para os sentimentos que se modificavam e se tornavam ainda mais terríveis. A maga branca recebia os sentimentos de dor e confusão que ali estavam, havia muito sofrimento e havia uma certeza crescente: as palavras que ouvira eram verdadeiras.
“Não!” Konoka não podia permitir que Setsuna concluísse aquilo! Será que simplesmente desistiria delas?! Ela forçou ainda mais os pensamentos, não se importou com os avisos que lera nos livros de magia branca sobre os riscos de tanto esforço na comunicação telepática. Tudo o que importava era impedir que o pior acontecesse.
- Não me deixe Set-chan! – exclamou a garota às paredes do clube batendo com os punhos no chão. O elo foi desfeito e Konoka sentiu-se de volta ao clube de artes esotéricas. Sua respiração estava dolorida e ruidosa. Ela abriu os olhos e sentiu náuseas incrivelmente fortes junto com uma dor aguda na cabeça. Deitou-se no chão com o peito para cima para tentar respirar. Havia perdido a ligação que tivera com Setsuna no momento anterior... será que havia perdido a espadachim também? A dúvida formigava no seu peito enquanto ela tentava recuperar a noção de espaço-tempo. Sentia-se realmente cansada agora, havia empenhado todo o poder que conseguia manipular naquele contato e agora não sabia se teria forças para sequer sair dali:
- Konoka? – ouviu-se uma voz junto com batidas na porta da sala. Konoka olhou para esta ainda deitada.
- Asuna? – perguntou de volta com a voz cortada pela vontade de chorar que também sentia.
- O que houve Konoka? Você tá bem?! – perguntou a voz sobressaltada de Asuna ao perceber o tom estranho na voz da amiga. Konoka sentiu um pouco melhor só por perceber que a amiga estava ali e se preocupava com ela, e principalmente, sentiu-se melhor por ter certeza que conseguiria livrar-se de Setsuna-P pelo resto do dia agora que Asuna estava ali para buscá-la.
Levantou-se sentindo as pernas tremerem, havia sido mesmo a experiência mais forte que já tivera desde que começara a usar a sala do clube de artes esotéricas como sala de treino. Enxugou as lágrimas que haviam conseguido cair pelo seu rosto e foi até a porta, abrindo-a:
- Você ta bem garota? – perguntou a ruiva vendo a expressão nada saudável no rosto da amiga, estava com um tom ligeiramente acinzentado na pele, colocando uma das mãos sobre o ombro desta.
- Não foi nada Asuna. Só estou um pouco cansada. – respondeu Konoka tentando sorrir, sem sucesso.
- Tem certeza? – a baka ranger pareceu não acreditar muito na desculpa. – Hum... vamos, então?
- Ta. – foi tudo o que Konoka conseguiu responder e as duas garotas começaram a caminhar de volta para a república estudantil. Asuna ainda desconfiava, mas preferiu deixar a amiga nos próprios pensamentos. Konoka por sua vez, não conseguia deixar de pensar que não sabia se realmente Setsuna pudera ou não ouvi-la. E se não? E se a tivesse perdido para sempre?! Agora mesmo era que Konoka sentia que devia por um ponto final na história escabrosa que estava “deixando acontecer” entre ela e Setsuna-P. Tinha que se ver logo livre de pelo menos uma das coisas que agora a atormentava. Logo.



- O que houve Ojou-sama? Por que me chamou aqui?
Setsuna-P observava a bela paisagem da república estudantil que se podia ver do terraço onde agora estava apenas com Konoka. Trajava um casaco de time com uma letra “Y” gravada em roxo. Tinha uma leve expressão de curiosidade misturada com um sorrisinho malicioso, talvez por estar a sós em um belo lugar como aquele com Konoka, e mais: tendo sida chamada lá pela mesma. Quem sabe sua misteriosa mente já estivesse formulando teorias ou armadilhas astutas para a jovem Konoe.
Já Konoka observava a paisagem até ensolarada para um dia do meio de novembro enquanto colocava os pensamentos em ordem. Estava ali para por um fim naquela situação mais que desconfortável na qual se deixara pôr. Já era a tarde do sexto dia sem sua Set-chan e ainda não tinha tido coragem para falar a sério com a pseudo-espadachim. Tinha que fazer isso logo, pois em breve sua “(eu espero que ainda) quase alguma coisa” estaria chegando e ela não conseguiria encara-la se não resolvesse aquela situação. Pensando bem: será que ela realmente voltaria?
A quase-maga estava tão absorta em seus pensamentos com os olhos nas árvores ao longe que nem ouviu a pergunta da “garota”. Setsuna-P aproveitou-se de sua distração para aproximar-se pelas suas costas discretamente. Sorriu de lado antes de sussurrar próximo da orelha esquerda da garota:
- Algo errado Ojou-sama? – Konoka sobressaltou-se e fez menção de afastar-se da outra, mas Setsuna-P segurou-a pela cintura fazendo-as ficar de frente uma para a outra, com os rostos a dez centímetros do outro.
- Ah... – a garota quase se esqueceu do objetivo de estar ali diante do olhar penetrante da pseudo-garota, mas conseguiu recuperar os pensamentos antes que esta tomasse alguma outra iniciativa. – Preciso falar muito sério com você, Setsuna-P. – disse se desvencilhando dos braços firmes da outra. Setsuna-P ergue uma sobrancelha, não parecia realmente surpresa, parecia mais irônica do que qualquer outra coisa na verdade.
- E do que se trata Ojou-sama? –perguntou deixando o tom de deboche transparecer. Konoka sentiu-se desafiada.
- Não podemos continuar com essas coisas Setsuna-P. – disse ela sendo o mais direta e objetiva o possível. O sorriso da outra se alargou um pouco mais enquanto esta diminuía novamente o espaço entre as duas.
- Está falando de que exatamente Ojou-sama? – perguntou com um tom de falsa inocência já segurando os cotovelos de Konoka com as mãos.
- Estou falando exatamente disso! – afirmou Konoka tentando soltar-se, mas Setsuna-P era mais forte e conseguia impedi-la mesmo sem fazer força.
- Ué? Vai me dizer que não está satisfeita com meus serviços Ojou-sama...
- Não é isso... – Konoka argumentou enquanto Setsuna-P segurava-a pela nuca forçando a se aproximarem, seu coração começou a disparar novamente. – Isso... não é certo...
- Ora, Ojou-sama... – Setsuna-P demonstrava a cada centímetro vencido que parecia saber muito bem como vencer a vontade de Konoka. – Vai me dizer que não gosta desses lábios, dessa voz, desse corpo...
- E.... eu... isso... não está certo... Setsuna-P... – Konoka tentou resistir ao máximo, mas não pode evitar ter os lábios tocados por Setsuna-P. Não conseguiu evitar ter sua boca completamente tomada pela da pseudo-espadachim. Sim, ela gostava mesmo daqueles lábios, daquela boca, mas não era Setsuna! Não podia usar-se desse artifício tão... deplorável só porque queria verdadeiramente poder ter os lábios de Setsuna! Então por que raios não saía daqueles beijos? Por que ainda por cima os retribuía com a mesma vontade que os recebia?! Por que?!
Konoka estava em um mar de sentimentos a pensamentos confusos nos braços de Setsuna-P. A própria parecia perdida enquanto provava a boca de sua protegida como se necessitasse dela como se necessita de ar. Ambas estávamos inconscientes de qualquer coisa além de si próprias e seus beijos ardentes, inconscientes demais para ouvir uma voz atrás delas, uma voz que rapidamente foi silenciada:
- Mas que bicho te mordeu ga...
Tudo o que Konoka percebia eram os braços de Setsuna-P em sua cintura e suas costas e sua língua explorando sua boca. Estava submersa demais para perceber a presença de um ki bem familiar logo à entrada do terraço, mais ainda para olhar para as figuras de Asuna e Setsuna paralisadas observando a cena.
Mas era exatamente aquilo.



8 Responses so far.

  1. Anônimo says:

    Konoka traiu a Setsuna!O bicho vai pega!Espero que a Setsuna verdadeira mate a Setsuna p e reafirme seu lugar no coração,corpo e etc da Konoka!

  2. Anônimo says:

    é o fim XDDD
    konoka çi fodeows =ooo
    e agora????
    kero a continuação! kero a continuação! nhaaa!

  3. Anônimo says:

    AHHH QUE TRISTE Ç_Ç
    KONOKA POIS UM PAR DE CHIFRES NA SETSUNA!!!

  4. Anônimo says:

    Eu acho que a Konoka fez bem...afinal a Setsuna P tava dando sopa e a Setsuna tinha ido viajar e nem tava muito ai para ela.

  5. Vcs tem q pensa no ladu da Kono-chan!Foi dificill resistiir!!!

  6. Anônimo says:

    haha
    finalmente a verdadeira setsuan chegou xDDDD
    agora poderemos ver essa historia se desenrolar *-*

  7. Anônimo says:

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  8. Unknown says:

    eta c for trair trai direito né ninguem merec

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